27/09/2025
Região Central: Na noite da última quarta-feira (24), um homicídio ocorreu em Quixadá sem repercussão na mídia local. A vítima foi identificada como Maxsandro da Silva Carneiro, de 21 anos. O crime aconteceu na Avenida Parque Ecológico, no bairro Campo Velho, mas o corpo só foi encontrado no dia seguinte. Quatro suspeitos foram capturados pela Delegacia Regional de Polícia Civil de Quixadá.
Segundo investigações da Delegacia Regional de Polícia Civil de Quixadá, o jovem teria sido morto após ser confundido com um delator (x9). Informações apuradas indicam que faccionados acreditavam que Maxsandro havia repassado informações a um grupo rival. O rapaz chegou a ser “julgado” por uma facção, que o liberou ao concluir que não pertencia ao grupo adversário, mas apenas fazia uso de drogas. Contudo, a facção rival decretou a sua morte, o que resultou na execução apontada nos autos.
Durante as diligências, a Polícia Civil capturou quatro suspeitos, entre eles Antônio Sérgio Gomes Oliveira Filho, de 18 anos, conhecido como “Poroca”. Apesar de negar vínculo direto com facção, ele afirmou ser apenas simpatizante e acabou citando três adolescentes como supostos executores. Os menores, dois de 17 anos e um de 16, permaneceram em silêncio.
No momento da prisão, a Polícia apreendeu ainda 17,5g de crack, cerca de R$ 11,35 em moedas, 700 saquinhos plásticos para embalagem de entorpecentes, uma balança de precisão e outros materiais relacionados ao tráfico.
Decisão judicial
A audiência de custódia foi realizada nesta sexta-feira (26), ocasião em que a Defensoria Pública e o Ministério Público se manifestaram pela não homologação do flagrante e pela soltura do acusado, sob o argumento de inexistência de situação de flagrância.
O juiz Francisco Eduardo Girão Braga, contudo, decidiu não homologar o flagrante, mas decretar a prisão preventiva do suspeito. Ele se baseou em entendimento recente da 1ª Turma do STF, que autoriza o magistrado a aplicar a medida cautelar mais adequada, mesmo sem pedido expresso do Ministério Público ou da polícia.
Em sua decisão, o magistrado destacou a gravidade do crime:
“Trata-se de crime de extrema violência, cometido com uso de arma de fogo, demonstrando elevado grau de periculosidade e risco à ordem pública, o que justifica a custódia cautelar para prevenir novos delitos e assegurar a eficácia da persecução penal.”
Com isso, Antônio Sérgio permanecerá preso preventivamente, enquanto as investigações seguem para apurar a participação dos demais envolvidos.