Um homem e uma mulher que eram submetidos a um "tribunal do crime" foram salvos por policiais militares na tarde dessa sexta-feira, 21, no residencial Orgulho do Ceará, localizado em Pacatuba (Região Metropolitana de Fortaleza). Dois suspeitos de envolvimento com o crime foram presos em flagrante.
Conforme Auto de Prisão em Flagrante (APF), era por volta das 12h40min, quando três homens foram até o apartamento onde a mulher morava e passaram a questionar quem era o amigo que ela estava recebendo.
Armados, os criminosos disseram que, se o homem fosse morador de um bairro dominado pela facção criminosa Comando Vermelho (CV), ele seria morto. No Orgulho do Ceará, o domínio territorial é da facção Guardiões do Estado (GDE).
Os homens, então, obrigaram a vítima a mostrar o celular, assim como tomaram a chave da moto dele para evitar sua fuga. Também foi tirada uma foto do homem, que foi compartilhada com comparsas a fim de identificar se ele tinha envolvimento com a facção rival.
O caso foi denunciado à Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), que acionou policiais do Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio).
Conforme o depoimento dos PMs, ao chegarem ao local, um dos criminosos correu e conseguiu fugir. Já Francisco Dionísio Silva Araújo, de 42 anos, e Francisco Mateus Alves da Silva, de 26, foram detidos.
Eles foram encaminhados à Delegacia Metropolitana de Pacatuba, onde foram autuados em flagrante por sequestro e cárcere privado e por integrar organização criminosa.
Na delegacia, Francisco Mateus fez uso do direito de permanecer em silêncio, enquanto Francisco Dionísio negou envolvimento com o crime. Conforme a sua versão, ele estava no térreo quando percebeu uma mulher chorando no terceiro andar.
Ele disse ter subido para saber o que estava acontecendo, momento em que se deparou com um desconhecido descendo as escadas. Em seguida, ele foi abordado e preso pelos PMs ao lado de Mateus.
Suspeito diz ter sido agredido por PMs, que negam
Em audiência de custódia realizada neste sábado, 22, os suspeitos tiveram a prisão preventiva decretada. Durante a audiência de custódia, Francisco Dionísio disse ter sido agredido pelos PMs com “muitas joelhadas, murro no rosto e pancadas nas costas”.
Os agentes de segurança relataram, entretanto, que os dois suspeitos tentaram fugir e eles precisaram realizar “uso progressivo da força” para detê-los. Além disso, um deles teria caído da escadaria durante a fuga.
A Justiça determinou que o caso fosse enviado a órgãos como Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) para a devida apuração dos relatos.
(O POVO)