O dia de finados, sempre traz polêmicas entre aqueles que adotam a prática de ir ao cemitério, e aqueles que reagem justificando a ausência, ao fato do ente querido não viver ali.
Vamos lá, essa é uma verdade, nenhum dos que partiram vivem ali, mas, não indica que não estejam lá.
Todos os sepultados, seguem o rito natural da existência, após o seu fim, seu corpo, vai desaparecendo, ali, temos o que restou de alguém que nos foi muito especial, parente ou amigo, e que agora, só vive nas nossas recordações.
Ninguém tá certo ou errado, apenas, cada um, faz nesse dia, o que te conforta.
Eu, por exemplo, não fico muito a vontade em cemitérios, não é por medo, ou por qualquer outro tipo de aversão, apenas não me sinto bem, por ser um lugar de despedida eterna.
Não vejo pessoas no caixão, por mais próximas que sejam, não vi nem mesmo meus pais.
Prefiro guardar a imagem de cada um com vida, isso não é gostar, mais ou menos, é somente uma forma que me dói menos, na hora do adeus.
Neste último dia de finados, me permiti experimentar o momento como a grande maioria, fui, aos locais que estavam sepultados os meus parentes, como avós, tios, país e irmãos.
Entre tentar acender uma vela, e rezar um pouco, me cabeça era habitada por vivências que tive com cada um deles.
Mas, é inevitável não ficar triste, na medida que as boas recordações vinham, traziam consigo, a dor de saber, que não mais os tenho aqui, e que é impossível, reviver fisicamente, os afetos interrompidos pela partida, de cada um deles.
Prefiro acreditar, que em algum lugar, eles ainda vivem, e de alguma maneira, me ajudaram até aqui.
Sou grato a todos eles, que deixaram um pouquinho de cada um, em mim, especialmente meus avós e pais, a quem devo a existência.