O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em seu terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto, está enfrentando uma de suas piores fases políticas. Apesar de ocupar a cadeira máxima do Executivo nacional, o líder petista testemunha uma queda preocupante em sua força eleitoral em todo o país.
Agora, além de uma ampla perda de capital político nas quatro regiões do país – Norte, Sul, Sudeste e Centro-Oeste -, o petista também está perdendo apoio no Nordeste, seu tradicional reduto. Nem mesmo nos piores pesadelos do Partido dos Trabalhadores este cenário poderia ser imaginado, especialmente com o amplo apoio que Lula tem recebido da grande imprensa, que tem contribuído para manter sua imagem polida perante parte da sociedade alcançada pelas mídias convencionais.
Ainda assim, o cenário não é nada promissor. A frequente ida de Lula ao Nordeste indica que o lulopetismo está se preparando para enfrentar uma longa zona de turbulência. Nenhuma outra parte do país tem recebido tanta atenção do Planalto quanto o Nordeste, com visitas frequentes do líder esquerdista.
Até mesmo os mais otimistas no núcleo de Lula estão sendo enfáticos em reuniões internas com lideranças: a rachadura na grande muralha vermelha está ocorrendo em todos os estados brasileiros, sem exceção, e agora o Nordeste se acentua em rejeição e, se continuar acelerando em pessimismo, pode até mesmo se juntar às outras quatro regiões do país, onde a reprovação a Lula já é líder absoluta.
Para se ter uma ideia da gravidade da situação, pesquisas recentes de três institutos consolidados mostram que a aprovação ao terceiro mandato do petista recuou mais de dez pontos no Nordeste (veja os quadros abaixo). Além desses números, outras sondagens também indicam que a erosão desse apoio avançou rapidamente nas três maiores cidades da região: Fortaleza, Salvador e Recife. Na capital cearense, a insatisfação com o governo aumentou 17 pontos em um ano, segundo o Paraná Pesquisas.
A aprovação de Lula no Nordeste caiu mais de dez pontos percentuais em três grandes levantamentos: Paraná Pesquisas, Ipec e Atlas/Intel. No Paraná Pesquisas, as avaliações ‘Ótimo/Bom’ caíram de 49,3% para 39%, enquanto as ‘Ruim/Péssimo’ saltaram de 23,6% para 30,5%.
No Ipec, os números também seguem a mesma tendência, com as respostas ‘Ótimo/Bom’ despencando de 53% para 43%, enquanto as ‘Ruim/Péssimo’ aumentaram de 13% para 19%.
Já na Atlas/Intel, o impacto também é de cerca de 10 pontos, com as avaliações ‘Ótimo/Bom’ caindo de 57,9% para 46,9%, enquanto as ’Ruim/Péssimo’ tiveram um leve aumento, avançando de 26,6% para 27%, mas destacando-se o aumento na avaliação ‘Regular’, que cresceu de 12,8% para 20,7%.
Via Folha do Estado