O Governo Lula afirma que fará um pente-fino em benefícios do INSS, segundo anunciado pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, que espera uma economia anual de até R$ 20 bilhões, com referência a uma investigação do TCU.
Especialistas questionam a projeção de economia de R$ 20 bilhões. Segundo uma avaliação do TCU realizada em 2021, foram encontrados problemas em 7,8 milhões de registros do INSS, causando um impacto de R$ 2,9 milhões anuais.
Vilma da Conceição Pinto, diretora da Instituição Fiscal Independente do Senado, reconhece que a revisão pode trazer economias. Entretanto, ela aponta que outras medidas podem elevar os gastos. “O valor projetado traz uma perspectiva otimista. Tenho dificuldade de imaginar uma economia tão grande de recursos”, afirmou à CNN Brasil.
Murilo Viana, especialista em contas públicas, ressalta que as principais irregularidades estão no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural. Ele questiona a viabilidade de tal revisão sem investimentos em tecnologia e pessoal. Nos últimos anos, observa Viana, embora o INSS tenha barrado benefícios irregulares, muitas vezes essas decisões são revertidas.
Gabriel de Barros, economista-chefe da Ryo Asset, acredita que a tecnologia existente pode ser a chave para o sucesso desse pente-fino. “As ferramentas atuais permitem amplo cruzamento dos dados, por CPF, combatendo rapidamente a concessão irregular de benefícios”, argumenta.
(Hora Brasília)