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quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Liminar devolve PSDB a Chiquinho e ameaça apoio a Roberto Cláudio e candidatura de Amarílio

 

Foto: Deudedit Neto/O POVO

A disputa por alianças em torno das candidaturas ao Governo do Ceará nas eleições de 2022 ganhou mais um capítulo. Uma liminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) validou a convenção entre PSDB/Cidadania, presidida pelo ex-senador Chiquinho Feitosa, que decidiu pela neutralidade no pleito estadual. A deliberação tem influência na chapa do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT).

Além de receber apoio da sigla tucana, a composição da coligação pedetista conta com o empresário Amarílio Macêdo (PSDB) como postulante a uma vaga no Senado. Conforme informou a assessoria de Chiquinho ao O POVO, a candidatura é anulada, já que durante a convenção foram apresentados apenas os concorrentes aos cargos de deputado estadual e federal. A decisão é temporária e o julgamento definitivo ainda ocorrerá.

“Da mesma forma, ainda em juízo perfunctório, não constato a existência de norma no estatuto da Federação PSDB-CIDADANIA que tenha estabelecido requisitos para a formação de coligações em âmbito estadual. Por outro vértice, o perigo da demora é inequívoco ante a proximidade do termo final para o registro de candidatos nas Eleições 2022, em 15/8/2022. Ante o exposto, defiro a liminar para sustar os efeitos das Resoluções 33 e 34/2022, restabelecendo, por conseguinte, a convenção realizada em 4/8/2022 e a vigência do órgão estadual da Federação PSDB-CIDADANIA no Ceará”, diz trecho da decisão do TSE.

Em entrevista ao O POVO, Chiquinho disse que “está de coração tranquilo, por saber que a justiça está sendo feita”. “Recebi na manhã desta quarta-feira a informação que o TSE reconheceu a legalidade dos atos e da convenção que presidi na quinta-feira passada, na quarta-feira, 4. Nesta convenção da Federação PSDB-Cidadania, por 9 votos favoráveis, a decisão do colegiado foi pela neutralidade das coligações para Governo e para Senado”, acrescentou.

O imbróglio começou após a convenção realizada por Chiquinho na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) no dia 4 de agosto. Apesar de o senador Tasso Jereissati (PSDB) já ter sinalizado apoio à candidatura pedetista, a reunião do colegiado decidiu, com sete votos favoráveis entre os 11 membros presentes, que a federação PSDB/Cidadania seria neutra nas eleições. Os demais não votaram em forma de protesto.

A reunião foi bastante tumultuada. Segundo críticos de Chiquinho, houve mudança no local estabelecido para o evento, que antes estava previsto para ser realizado na sala de imprensa, mas mudou para um dos auditórios da Al-CE. O horário também teria sofrido alteração, sendo antecipado das 17 horas para as 16 horas. 

Chiquinho saiu do local após a votação, deixando a liderança da comissão para Antônio Nei. Já se aproximava das 20 horas, tempo limite para que os não votantes se manifestassem sobre a pauta, quando os integrantes e militantes dos partidos retornaram ao auditório, pedindo a revisão da ata partidária, o que não ocorreu. A decisão gerou reações com gritos de "golpe" e "ditadura". 

A manobra repercutiu no comando nacional da federação, que interveio, destituiu Chiquinho do comando da sigla no Estado e anulou o resultado da convenção. Tasso Jereissati foi escolhido como novo presidente. No dia seguinte ao episódio, na sexta-feira, 5, um novo encontro foi realizado para oficializar a composição da sigla nas eleições de outubro. Além do apoio a RC, a legenda lançou o nome do empresário Amarílio Macedo ao Senado, com o ex-secretário da Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, como primeiro suplente na disputa da chapa.

A decisão, no entanto, foi invalidada com a liminar do TSE favorável a Chiquinho.

O POVO tentou contato com a assessoria de imprensa do senador Tasso Jereissati na manhã desta quarta-feira, 10, por meio de ligações e mensagens, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. 

O povo