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quarta-feira, 16 de março de 2022

Bolsonaro cita queda do preço do petróleo e diz esperar que Petrobras 'retorne aos níveis da semana passada'

 Estatal anunciou reajustes na última quinta após forte alta do petróleo e instabilidades no cenário global. Desde então, Bolsonaro vem repetindo críticas à política de preços da companhia.

Por Guilherme Mazui e Mateus Rodrigues, g1 — Brasília

 

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (15), em cerimônia no Palácio do Planalto, que espera que a Petrobras "retorne aos níveis da semana passada" em relação ao preço dos combustíveis.


Bolsonaro citou a redução recente dos preços do barril de petróleo e repetiu críticas que vem fazendo à política da Petrobras de repassar, para o mercado interno, as oscilações de preços no mercado internacional.


"Agora, essa guerra que está lá na Rússia, lá com a Ucrânia, tem influenciado a nossa economia. Pelo que tudo indica, os números agora, em especial do preço do barril de petróleo lá fora, sinalizam para uma normalidade no mundo. Espero que assim seja", disse o presidente.


"E espero que a nossa querida Petrobras, que teve muita sensibilidade ao não nos dar um dia [de prazo extra], ela retorne aos níveis da semana passada os preços dos combustíveis no Brasil", prosseguiu.

Bolsonaro relatou que, dias atrás, foi a um posto de combustíveis em Brasília e perguntou ao frentista sobre os reajustes do diesel nas bombas. O frentista, diz o presidente, afirmou que o preço subiu pouco mais de R$ 0,90, mas não foi reduzido após a sanção da lei que zerou a cobrança de PIS-Cofins sobre o diesel.


"A gente espera que a Petrobras acompanhe a queda de preço lá fora. Com toda a certeza, ela fará isso daí", declarou.



Reajuste e críticas

Na última quinta-feira (10), a Petrobras anunciou reajuste de 18,8% para a gasolina e de 24,9% para o diesel como resultado da alta do petróleo internacional – reflexo direto de sanções econômicas à Rússia em retaliação à decisão de invadir a Ucrânia.


Desde então, diversos fatores levaram à queda dos valores usados nas negociações de petróleo, incluindo a perspectiva de desaceleração do crescimento chinês por um repique da pandemia de Covid e avanços no cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia. Entenda no vídeo abaixo:


Nesse período, Bolsonaro passou a fazer críticas diárias à gestão e aos lucros da estatal – chegou a se referir à administração da petroleira como "Petrobras Futebol Clube".


O presidente também vem repetindo que, se tivesse esperado mais um dia, a petroleira poderia ter identificado uma reversão na trajetória de alta do petróleo e anunciado reajustes menores. A Petrobras não comentou oficialmente as declarações de Bolsonaro.


Nesta terça, Bolsonaro disse que a responsabilidade pelo reajuste dos combustíveis não é do governo, mas "exclusiva da Petrobras".


"Se a Petrobras tivesse esperado um dia a mais, nós poderíamos, ao se anunciar o reajuste da Petrobras, que não é de responsabilidade nossa, é exclusiva da Petrobras, de R$ 0,90 no litro do diesel, poderia ao ter sido anunciado também a diminuição de R$ 0,60 no litro do diesel. O reajuste seria de R$ 0,30", disse o presidente.


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Petrobras