A morte da jovem gestante Kelly Kayanne da Silva Farias, de 16 anos, tem chamado atenção de moradores do Bairro Salviano Carlos (Pompeia), nesta quinta-feira, 28, em Quixeramobim. Ela estudava no Liceu Alfredo Almeida Machado.
No final da tarde ocorreu seu sepultamento. A comoção foi presente entre familiares, amigos e até pessoas que estiveram neste momento de solidariedade. Em alguns áudios enviados à equipe, a tristeza e a dor são perceptíveis nos depoimentos. O bebê, conforme a família, encontra-se sob cuidados médicos.
Relato
A tia de Kelly, Geusiane Ferreira da Silva, relatou a situação que a família está passando com o falecimento da jovem. Segundo ela, a adolescente era uma jovem trabalhadora, que vinha fazendo planos para quando a criança nascesse.
“Não tive forças de ir para o velório e ver ela nesse estado. Uma menina trabalhadora, que fazia planos para a vinda dessa criança, já passou por momentos tão difíceis na vida dela. Quando criança teve problemas difíceis de enfrentar, e agora com a gravidez vivia fazendo planos quando essa criança viesse, e perdeu a vida […] a criança está no hospital. Nasceu com 4 quilos e 50 gramas”, relatou.
Segundo a tia, Kelly procurou atendimento médico na última segunda-feira, 25, por conta de dores na cabeça e no peito e que no Hospital Regional Dr. Pontes Neto, o médico que a atendeu, receitou somente dipirona e a mandou de volta para casa. A familiar ainda lembrou que o parto da jovem estava marcado para a quarta-feira, 27.
“O médico dizer que ela tinha capacidade de esperar mais tempo? A menina foi segunda-feira de noite para o médico sentindo dor na cabeça e no peito. A minha irmã disse que ela já estava sentindo contrações e o médico simplesmente passou uma dipirona pra ela e mandou ir pra casa, sendo que o parto dela já estava marcado para quarta-feira. Qual era o custo desse homem ter dito ‘vamos fazer a cesárea dessa menina’? Mas não! Foi dar ‘massada’, colocar ela pra acabar com a última força que tinha.”
Geusiane ainda lamentou a morte da sobrinha e disse que não se conforma: “Minha sobrinha com 16 anos não teve direito a vida, de sequer dar um abraço no filho dela. Está sendo revoltante pra gente. Pra mim que sou tia, que queria muito bem a ela, não me conformo com a perda. Não estamos acreditando. Minha vó faleceu em junho, mas não tive tantas palavras de conforto como estou tendo hoje.”
Após os primeiros atendimentos no Pontes Neto, Kelly foi transferida para o Hospital Regional do Sertão Central e não resistiu. O bebê permanece na unidade.
Fonte: Quixeramobim Agora (Blog)