Policiais civis localizaram a documentação do automóvel, além de um manual e uma chave reserva do veículo, no apartamento em que os alvos da operação se encontravam, em Belém.
Uma carga de 1,150 tonelada de drogas descoberta no sábado (20), em Bujaru, no nordeste do Pará, tem relação com dois cearenses presos na última terça-feira (16) em operação deflagrada no Ceará e no estado paraense. Eles são apontados como chefes de uma organização criminosa que buscava se estabelecer no estado do Norte e foram capturados no âmbito da Operação Guilhotina, informou a Polícia Civil do Ceará (PCCE) nesta segunda-feira (22).
Os policiais civis localizaram a documentação da caminhonete, além de um manual e uma chave reserva do veículo, no apartamento em que os alvos da operação se encontravam, em Belém (PA), e confirmaram a ligação com os presos. No imóvel, também foi encontrado um recibo de sinal de compra de um terreno, localizado em Sítio Castanhalzinho, em Bujaru. Segundo a Polícia, o local é supostamente o mesmo em que os veículos e a droga foram apreendidos.
A carga, armazenada em um Mitsubishi Pajero Dakar com placa do Ceará e em um Fiat Strada com placa paraense, era de uma substância semelhante à cocaína e pedras de oxi, sendo acondicionada em mais de mil tabletes. Durante a apreensão, a Polícia chegou a trocar tiros com três suspeitos que estavam próximos a um dos carros com a droga, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Pará (Segup).
Agora, a PCCE tenta comprovar se as duas cargas são de propriedade do mesmo alvo e se seriam enviadas para território cearense. A investigação será conduzida pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da PCCE, e pela Corodenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS). "Tentar compreender o fenômeno de onde vem essa droga, para onde iria e qual a frequência desse tráfico", ressaltou delegado Harley Filho, titular da Draco.
O delegado também indicou que as lideranças saíram do Rio de Janeiro em direção ao Pará no mês passado com o intuito de estabelecer moradia. Eles têm, continua, uma "atuação no estado do Ceará e também estão tentando controlar uma comunidade no Rio de Janeiro", local em que há uma guerra pela disputa do tráfico. A movimentação até o Pará se deu por este ser um "local neutro", no qual eles poderiam controlar a aquisição e a remessa das drogas.
Prisão de lideranças
A operação conjunta das Polícias Civis do Ceará e do Pará prendeu a liderança de uma facção criminosa e apreenderam cerca de 600 quilogramas (kg) de drogas em Belém na última terça-feira (16). Na ocasião, foram cumpridos três mandados de prisão dos faccionados, que estavam em um apartamento de luxo no qual havia drogas como crack e cocaína.
Além dos entorpecentes, foram apreendidos R$ 25 mil em espécie. Apesar de os mandados terem sido cumpridos na capital paraense, as drogas estavam em Benevides, município da Região Metropolitana de Belém.
"Fomos mapeando toda a estrutura criminosa a ponto de fazermos algumas prisões, de setembro até fevereiro, culminando com a deflagração dessa grande operação, da prisão dessas duas lideranças", afirmou o titular da Draco, acrescentando que outras 12 pessoas foram presas no dia 16 e que a carga, de 1.783 kg, é a maior apreensão de drogas pela Polícia Civil no Brasil em 2021.
(Diário do Nordeste)