A juíza Thatiana dos Santos decidiu colocar em liberdade o jovem de 20 anos acusado de encomendar o assassinato do pai, Adijalmo Alves da Silva, 58 anos, atingido por facadas, enquanto dormia, na própria residência, no bairro Vila Esperança, em Marcelândia (165 quilômetros de Sinop), em dezembro de 2018.
O rapaz e o acusado de executar Adijalmo iriam a júri no dia 19 deste mês. Porém, a juíza decidiu suspender a sessão, citando “continuidade da pandemia e o aumento de casos do covid-19 na comarca”. Uma nova data ainda não foi designada e, considerando que o jovem estava preso há mais de dois anos, a magistrada optou por revogar a prisão preventiva.
“Embora os fatos narrados na denúncia sejam de extrema gravidade, eis que a vida da vítima Adjalmo Alves da Silva foi ceifada, e a prisão preventiva tenha sido decretada ao fundamento da garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e garantia da aplicação da lei penal, já se passaram mais de dois anos desde a ocorrência dos fatos e sua prisão, tempo suficiente para que a ordem pública fosse restabelecida”, afirmou a magistrada.
Ela citou ainda que o acusado é réu primário e que “o processo está próximo do fim, restando apenas a realização do júri, o qual sequer tem previsão para ser designado, considerando a necessidade do distanciamento social decorrente da pandemia”. Ao revogar a prisão, a magistrada fixou medidas cautelares que deverão ser cumpridos pelo suspeito, como comparecimento mensal à Justiça e proibição de contato com testemunhas.
Por outro lado, a juíza negou a soltura do acusado de esfaquear Adijalmo. “No caso vertente, ressalto a necessidade de evitar a reiteração delituosa, na medida que o acusado responde por ação penal em trâmite na 3ª Vara de Colíder, também por homicídio qualificado, ou seja, o acusado é processado por dois homicídios, sendo que o risco de nova reiteração criminosa é fator concreto a ser eficazmente evitado pelo Poder Judiciário”, disse Thatiana.
Conforme Só Notícias já informou, no ano passado, a juíza decidiu mandar a júri popular a dupla acusada de envolvimento na morte de Adijalmo. Conforme a decisão da magistrada, os dois serão julgados por homicídio triplamente qualificado.
De acordo com a denúncia, o assassinato teria sido cometido por vingança. Isso porque o rapaz teria “atritos familiares com seu pai”. Nessa versão, Adijalmo teria cobrado o filho por, supostamente, se envolver com drogas e não trabalhar. “Em virtude desses atritos, motivado pela torpe vingança”, o jovem teria decidido matar o pai.
A denúncia aponta que o acusado ofereceu R$ 5 mil para um rapaz de 24 anos executar Adijalmo. O suspeito ainda teria deixado a porta aberta e providenciado para que o pai ficasse sozinho em casa. O contratado, então, teria se deslocado até a residência “e, com extrema crueldade e aproveitando-se que a vítima estava dormindo sem poder esboçar defesa, desferiu diversos golpes de faca”.
Os dois acusados negam o crime. O filho da vítima disse que o objetivo era apenas “dar um corretivo” e que sua mãe era agredida pela vítima. No entanto, afirmou que contratou dois adolescentes para a tarefa e eles acabaram matando Adijalmo. Negou ainda ter se encontrado com o outro rapaz de 24 anos.
(Só Notícias / Herbert de Souza)