Familiares de Francisca da Chagas Lima, 93 anos, foram informados na UPA de que outra família havia levado o corpo da idosa para sepultar.
Corpo de idosa é trocado por corpo de homem na UPA do Bom Jardim, em Fortaleza. — Foto: Reprodução
Uma semana após o caso da troca do corpo de uma idosa de 90 anos vítima da Covid-19 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Itaperi, em Fortaleza, a situação se repete na UPA do Bom Jardim, também na capital, neste sábado (23).
Francisca da Chagas Lima, 93 anos, morreu à 0h55 deste sábado, e, ao chegar para reconhecer o corpo no local, pela manhã, a família descobriu que a idosa havia sido levada para ser sepultada por outra família, que havia perdido uma pessoa do sexo masculino.
A neta de Francisca, Janaína Alves Costa, afirma que a avó morreu de insuficiência respiratória, conforme foi informada. O teste para Covid-19 deu negativo, segundo ela. Ainda de acordo com Janaína, as familiares só foram avisados do óbito nesta manhã por telefone e, em seguida, foram à UPA para liberar o corpo juntamente com a funerária.
A Secretaria Municipal de Saúde confirma que o corpo de Francisca chegou a ser liberado para sepultamento após reconhecimento de uma outra família, que o teria feito "de forma incorreta".
"O corpo da senhora Francisca da Chagas Lima foi liberado da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no bairro Bom Jardim, neste sábado (23/05), para sepultamento, após reconhecimento, de forma incorreta, de um familiar que também sofreu lamentavelmente perda na mesma unidade de saúde. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece ainda que o problema foi resolvido e que o corpo levado por engano já foi entregue aos familiares", diz a nota da SMS.
A família que teria levado o corpo por engano havia perdido uma pessoa do sexo masculino, segundo Janaína.
Erro se torna recorrente
A resposta à família de Janaína foi a mesma dada no caso de Raimunda de Paula Melo, 90 anos, morta na UPA do Bairro Itaperi no último dia 13 de maio, em Fortaleza. O corpo dela também não foi encontrado pela família ao chegar ao local, no dia seguinte, para fazer o reconhecimento.
Assim como aconteceu com os parentes de Francisca, familiares de Raimunda foram comunicados, naquela data, de que outra família havia liberado o corpo "de forma incorreta".
No caso de Raimunda, a família chegou a acionar a polícia após ficar por cerca de oito horas aguardando respostas sobre o desaparecimento na UPA.
Ainda em abril, um caso semelhante foi registrado em Fortaleza, quando familiares e amigos do aposentado Carlos Alberto Viana, de 76 anos, morto por Covid-19, sepultaram um desconhecido acreditando ser Viana. O erro foi revelado pela unidade particular Hospital Monte Klinikum horas depois do sepultamento.
Leia a nota da SMS na íntegra:
"O corpo da senhora Raimunda de Paula Melo foi liberado da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no bairro Itaperi, na última quarta-feira (14/05), para sepultamento, após reconhecimento, de forma incorreta, de um familiar que também sofreu lamentavelmente uma perda na mesma unidade de saúde. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que concluiu todos os procedimentos de reconhecimento cadavérico, que somente os familiares podem realizar."
Noticia; G1 CE