Lutando contra o tempo para conseguir os 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência, o presidente Michel Temer (PMDB) está aprofundando ainda mais a barganha por apoio à medida.
Na terça-feira (11), Temer anunciou um aporte de R$ 10 bilhões em verbas destinadas a abastecer redutos eleitorais de deputados que votarem a favor da reforma.
Há meses, a compra de votos vem sangrando os cofres públicos. Em julho do ano passado, o Congresso aprovou o Refis, que perdoou quase R$ 13 bilhões em dívidas de empresas e ruralistas com a União, inclusive com a Previdência.
Temer também liberou R$ 10,7 bilhões em emendas parlamentares no ano passado, 48% a mais do que em 2016 e um recorde desde que a execução se tornou obrigatória. Deste total, 76% foram destinados a parlamentares da base do governo.
Venda de cargos
A nomeação da deputada federal Cristiane Brasil ao Ministério do Trabalho também faz parte do toma lá, dá cá do governo. A deputada já foi condenada por desrespeitar a lei trabalhista e, por isso, teve a posse suspensa pela Justiça. A indicação para ser ministra veio pela cota do partido da deputada, o PTB, que fechou acordo de apoio à reforma.
No ano passado, Temer já havia transformado a Esplanada dos Ministérios em balcões de negócios. A nomeação dos titulares do Ministério das Cidades, Secretaria de Direitos Humanos e Secretaria de Governo foi feita com a condição de que os partidos beneficiados votassem a favor da reforma da Previdência.
A dança das cadeiras também chegou a outros escalões do governo, com a promessa de indicação de 40 deputados para altos cargos em agências e órgãos governamentais, como Anatel, Aneel e a Polícia Rodoviária Federal.
Preparar a Greve Geral
O comprometimento do governo para aprovação da reforma é grande e exigirá uma resposta dos trabalhadores à altura. É preciso construir uma forte Greve Geral, que pare o país contra o fim da aposentadoria.
“As iniciativas do governo para aprovar a reforma são criminosas e vão de chantagem a perdão de dívidas bilionárias. Só com uma nova Greve Geral poderemos derrotar esse ataque”, afirma o diretor do Sindicato Weller Gonçalves.
Fonte: Sindmetalsjc.org.br