Os crimes ocorreram em novembro e dezembro de 2015 e agosto e outubro deste ano no bairro Serrinha
Um homem suspeito de estuprar quatro crianças e filmar um dos casos foi preso temporariamente, na última quarta-feira (6), pela Delegacia de Combate a Exploração da Criança e Adolescente (Dececa). Os casos ocorreram em novembro e dezembro de 2015 e agosto e outubro deste ano. O homem é funcionário terceirizado, da área de tecnologia da informação, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) e não possuía antecedentes criminais.
Segundo a delegada Juliana Amaral, o suspeito tinha o mesmo modo de agir com as vítimas e abordava crianças entre 8 e 9 anos no bairro Serrinha. Ele parava o carro e mencionava o nome das meninas e de familiares para conquistar a confiança e fazer com que elas entrassem voluntariamente em seu veículo.
O suspeito, identificado como Samuel Marques Reis, 29, foi preso em casa e teve o celular, o carro e equipamentos eletrônicos apreendidos. Ele não tem nenhuma relação com as vítimas ou familiares delas e vai responder por sequestro, estupro de vulnerável e por ter filmado o ato com a primeira vítima. Ao ser ouvido, ele não quis falar.
Entenda o caso
As investigações começaram na Dececa ainda em 2015 após o registro de um boletim de ocorrência de uma criança que tinha sido estuprada no bairro Serrinha. Na época, a menina não mencionou que havia sido filmada e isso inviabilizou algumas diligências na ocasião.
“Essa criança veio registrar o boletim de ocorrência na companhia de familiares, só que ela é uma criança muito tímida e não tinha mencionado nesse momento que ela havia sido filmada e que o abusador teria cometido outros atos sexuais com ela além dos que foram registrados em vídeo. Então, isso inviabilizou algumas diligências a época. Algumas diligências foram feitas no sentindo de tentar imagens de câmeras de segurança do local onde ela foi deixada após o abuso, porém não teve êxito na identificação do abusador”, relata a delegada.
Amaral explica que as investigações foram retomadas no início deste ano quando o vídeo do abuso foi enviado por um denunciante por e-mail. “Nós tentamos identificar a criança, a escola em que ela estudava, mas também não obtivemos sucesso. Chegamos a ouvir algumas diretoras de escolas municipais, mas elas não reconheceram a criança pelo vídeo”, relata.
Em novembro, conforme a delegada, o vídeo voltou a viralizar nas redes sociais e foi possível identificar a criança que aparecia nas imagens. A menina foi novamente ouvida e contou que o suspeito havia filmado os atos sexuais. Após a identificação, a Polícia Civil conseguiu perceber o modo de agir do abusador e reconheceu outra vítima que ele fez em dezembro de 2015.
“Identificada a criança, nós ouvimos ela em delegacia, ela se mostrou tímida novamente, não quis falar sobre os atos sexuais. Ela ficou bem resguardada e aí por fim ela contou que ele havia filmado os atos sexuais. […] A gente chegou até essa [segunda] vítima e ela narrou a mesma forma de agir do abusador, que ele chegava em um carro prata, que ele mencionava o nome dela e mencionava o nome de membros da família”, conta Amaral.
A partir da identificação da forma de agir do suspeito, a Dececa chegou a mais duas vítimas. As ações ocorreram em agosto e outubro deste ano. Nesses casos, ele mudou o veículo, passando a usar um Honda Civic de cor preta. “Ele aborda as crianças próximo a casa delas ou próximo onde elas estudam, menciona o nome dela, menciona o nome de membros da família, mostra que ele tinha certo conhecimento sobre a vida da vítima e quando as meninas entram voluntariamente no carro porque elas acreditam que ele é um amigo da família, ele as leva para um local ermo e pratica os atos sexuais”.
Após os crimes, de acordo com a delegada, o suspeito abandonava as crianças próximos a casa delas e ameaçava dizendo que se elas contassem para a família ou para a polícia, ele as matava. Juliana Amaral explica que uma das vítimas conseguiu fugir após o carro do homem dar uma pane. Com imagens de câmeras de segurança, a Polícia Civil chegou ao veículo e depois ao proprietário, identificado como Samuel Marques Reis, 29.
Red; DN