Dois anos após o início da Operação Occasus, deflagrada em setembro de 2015, para investigar o tráfico de drogas em comunidades do bairro Messejana, em Fortaleza, a Polícia Civil conseguiu desarticular duas quadrilhas que comandavam o repasse dos entorpecentes no Parque Santa Rosa e no Conjunto Pôr do Sol. O desfecho da ação aconteceu na última semana, quando a Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD) conseguiu localizar os líderes dos grupos, apreender armas e bloquear bens adquiridos por meio de lavagem de dinheiro.
Preso na fase final da operação, Lucas Mendes Ferreira era considerado a principal liderança do Parque Santa Rosa e tinha “influência nacional”, conforme a titular da Especializada, Patrícia Bezerra, uma vez que o traficante pretendia expandir o comércio de entorpecentes para outras regiões do país. Ao lado dele, Francisco das Chagas Veras, conhecido como ‘Bidão’, gerenciava o tráfico na área e já havia sido detido. Um segundo “gerente” já foi identificado, mas segue foragido. Honny Walter Abreu Costa também foi preso suspeito de “guardar e fazer a correria da droga”.
Da comunidade Pôr do Sol, a Polícia capturou Tony Carlos Viana, que emitia os comandos sobre o repasse de drogas, além de Karla França Souza, esposa dele e encarregada de lavar o dinheiro da organização. Segundo Patrícia Bezerra, foram presos ainda Juslene Batista Sobral, o “principal gerente e responsável pela logística de distribuição da droga e recolhimento de dinheiro”, além de Maxsuel Benício Bezerra, o ‘Pascoal’, que tinha a mesma função. Gledilson Lopes da Silva, Samuel da Silva, Marcos Emerson Batista da Silva e Rafael Lopes da Silva, armazenavam a droga.
Além de prender os principais integrantes das quadrilhas, a Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas conseguiu ainda, mediante autorização judicial, bloquear bens das quadrilhas. Vários relógios foram apreendidos, totalizando o valor aproximado de R$ 200 mil e um drone (avião não tripulado) avaliado em R$10 mil. “Ontem, de madrugada, apreendemos também quatro veículos e as equipes estão nas ruas em busca de outros. A gente tem um micro-ônibus, uma Amarok e dois palios. Um deles estava no nome de uma instituição religiosa”, aponta o delegado adjunto da DCTD, Lucas Aragão.
Ainda de acordo com Patrícia Bezerra, no início da operação, as duas comunidades eram rivais porque disputavam o mesmo território do tráfico de ilícitos. “Elas competiam pelo espaço do tráfico, muitos homicídios aconteciam naquela área por conta dessa rivalidade. E num momento posterior, as duas lideranças optaram por fazer um acordo de cavalheiros, demarcar o território e cessar com a rivalidade que existia entre eles”, explicou a delegada.
Red; DN