10:21 · 28.06.2017 / atualizado às 11:06
Oito vereadores dos 13 que compõem o poder legislativo do município de Itarema, no litoral leste do Estado do Ceará, foram presos preventivamente pela Justiça na manhã desta quarta-feira (28). As ações decorrem da segunda fase da Operação Fantasma, que apura crimes de estelionato, falsidade ideológica, falsidade de documento particular e peculato na Câmara Municipal da cidade.
Foram cumpridos mandados de prisão contra o presidente da Câmara municipal, João Vildes da Silveira, o vice-presidente Magno César Gomes Vasconcelos, e os vereadores Leandro Oliveira Couto (Nando Couto), José Ubideci dos Santos Santana (Zezinho Sant'ana), João Gomes da Costa (Joãozinho), Daniela Souza de Matos, Roberto Diniz Costa (Robertinho do Pixico) e José Everardo Marques Alves (Dadá). A diretora de Recursos Humanos da Câmara dos Vereadores, Maria José Carneiro Rios, também foi presa.
Os parlamentares e a diretora foram afastados das funções exercidas no poder legislativo. De acordo com a promotora de Justiça de Itarema, Mayara Menezes, além deles, outros servidores da Casa também foram afastados, inclusive, os assessores dos vereadores presos.
O Ministério Público do Ceará (MPCE), a partir da Promotoria de Justiça de Itarema e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), também cumpriu 19 mandados de busca e apreensão e 32 de condução coercitiva. As ações foram realizadas com o apoio de equipes da Polícia Civil e da Coordenadoria de Operações da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Segundo a promotora Mayara Menezes, as oitivas dos 32 investigados conduzidos coercitivamente devem ocorrer durante todo o dia no fórum de Itarema.
A reportagem telefonou para os números disponíveis da Câmara Municipal de Itarema, mas não obteve resposta.
A investigação
A Operação Fantasma apura a contratação de servidores fantasma pela Câmara Municipal de Itarema. De acordo com o Ministério Público, essas pessoas recebiam salários sem comparecer ao prédio do poder legislativo.
Segundo a promotoria, enquanto alguns dos funcionários fantasma eram obrigados a repassar parte de seus salários aos vereadores, outros prestavam serviços sem vínculo formal com a Câmara, geralmente com a intenção de mascarar a existência de contratação de parentes, caracterizada pelo crime de nepotismo. Alguns dos investigados recebiam dinheiro em espécie das mãos dos próprios vereadores na Câmara.
A primeira fase da Operação Fantasma foi deflagrada em abril deste ano a partir da denúncia de uma pessoa que se sentiu prejudicada por não poder receber seu benefício previdenciário em decorrência de um vínculo desconhecido entre ela e a Câmara Municipal.
Red; DN