"Já tivemos dois casos suspeitos, de cearenses que passaram as férias em Minas Gerais e chegaram com sintomas, mas foram contidas na chegada, fizeram exames e foram liberadas", diz ele, sem informar o nome do município. Javi garante que, por enquanto, descarta uma campanha de vacinação. "Até porque existem contraindicações para grávidas, crianças menores de seis meses e pessoas acima dos 60 anos de idade, que precisam de avaliação médica para isso".
A maior preocupação, aponta o gestor, é com o período atual, início da estação chuvosa, mais propícia à proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya, zika e também febre amarela. Para ele, o ideal é que a pessoa se vacina 10 dias antes de viajar.
Embora o Ceará não tenha casos da doença há, pelo menos, 17 anos, em Fortaleza, a procura pela vacina contra a febre amarela passou por um grande aumento, de acordo com a coordenadora de Imunizações da Secretaria Municipal da Saúde, Vanessa Soldatelli, motivada, principalmente, pelo período de férias e proximidade do Carnaval. "As pessoas que viajam para locais onde tenha a circulação do vírus precisam estar protegidas", diz.
Doses
Na Capital, a vacina contra febre amarela está disponível em 23 postos de saúde, em todas as seis Regionais Metropolitanas. Mesmo com o aumento na procura, Soldatelli afirma que há disponibilidade da imunização para aqueles que apresentarem os critérios adequados para receberem a dose. "O Ministério da Saúde está atendendo às nossas solicitações na medida do possível, mas há prioridade no envio de doses para os estados com maior risco. Por isso, é importante frisar que as vacinas são destinadas a quem vai viajar para esses locais", explica.
Em boletim divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, foram confirmados casos de febre Amarela em Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Há ainda casos em investigação na Bahia. O Governo de Minas Gerais já confirma 109 casos e 40 óbitos pela enfermidade, enquanto São Paulo confirmou seis mortes.
Durante a coletiva sobre a atuação das unidades da Secretaria da Saúde do Estado, Henrique Javi realizou balanço com dados e ações da Pasta em 2016 e anunciou, oficialmente, a implantação da Central Unificada de Regulação - noticiada pelo Diário do Nordeste na edição do último fim de semana -, que irá gerir consultas, exames e cirurgias. Divulgou também que os hospitais da rede pública do Estado realizaram 55.9 mil cirurgias no ano passado, o que representa 7,4% a mais de pacientes operados em comparação com 2015, quando 52 mil procedimentos foram concretizados. O número de internações também cresceu, passando de 92,5 mil (2015) para 98.8 mil (2016).
Red DM