Uma empresa do ramo de entretenimento que agencia bandas de forró no Ceará pode ter sonegado mais de meio bilhão de reais do Imposto de Renda, entre os anos de 2012 e 2014, de acordo com as investigações iniciais da operação "For All", deflagrada ontem pela Polícia Federal (PF), em parceria com a Receita Federal.
Apesar dos órgãos não divulgarem nomes, trata-se da A3 Entretenimento. A sede da empresa, localizada no bairro Passaré, foi um dos 44 locais, entre escritórios e residências, alvos de mandados de busca e apreensão de materiais e documentos na primeira fase da operação.
A PF também cumpriu 32 mandados de condução coercitiva de pessoas ligadas às empresas da A3 Entretenimento, entre elas quatro bandas de forró - Aviões do Forró, Solteirões do Forró e mais duas que não foram reveladas. Somente esses quatro grupos musicais podem ter sonegado R$ 121 milhões do valor total, em dois anos, segundo aponta a investigação.
Entre os conduzidos à sede da PF estavam Xand e Solange, vocalistas e sócios-proprietários da banda Aviões do Forró, e 'Zé Cantor', da banda Solteirões do Forró. De acordo com a Polícia Federal, todos os donos e sócios das empresas investigadas foram conduzidos para prestar esclarecimentos sobre as suspeitas e depois serem liberados. Em comunicado, a banda Aviões do Forró informou que "está à disposição da Polícia Federal e da Justiça e que colaborará com todos os questionamentos em relação à operação". Até o fechamento desta edição, a A3 não havia se pronunciado sobre a operação.
'For All'
A operação foi batizada como "For All" em referência à expressão homônima da língua inglesa, que significa "para todos". Segundo a PF, esse é o termo que deu origem ao nome "forró", após britânicos, que estavam instalados em Pernambuco para construir uma ferrovia, promoverem bailes abertos ao público, ou seja, voltados para todos. "Assim como o nosso forró é para todos, os tributos também são propriedade de todos os brasileiros", destacou o e superintendente da 3ª Secção da Receita Federal, João Batista Barros.
Para realizar a operação, a PF dispôs de 260 agentes e a Receita Federal, de 35 auditores fiscais. Os 76 mandados foram cumpridos em Fortaleza e Russas, no Ceará, além do município de Sousa, na Paraíba.
Bloqueio
A investigação começou há quase dois anos e reuniu diversos indícios de crimes fiscais cometidos por pessoas físicas e jurídicas. "Aquisição de bens móveis e imóveis não declarados ao fisco e, quando declarados, feito com valor subfaturado; confusão patrimonial, com pessoas físicas declarando imóveis em nome de pessoas jurídicas e vice-versa; divergências entre os valores pagos pelas pessoas jurídicas a seus sócios; e movimentações bancárias incompatíveis com os rendimentos", listou a delegada da PF que coordenou a operação, Doralucia Oliveira de Souza.
Diante desses indícios, a 11ª Vara Federal do Ceará decretou a apreensão do dinheiro que fosse encontrado nos locais que eram alvos de busca e bloqueio de bens dos investigados. Segundo balanço parcial divulgado pela PF por volta de 10h, R$ 600 mil já haviam sido apreendidos, mas esse montante podia aumentar porque os mandados continuavam a ser cumpridos. 163 imóveis e 69 automóveis (sendo 38 de pessoas físicas e 31 de pessoas jurídicas) foram bloqueados pela Justiça.
O material e os documentos apreendidos ontem serão analisados pela Receita Federal para elucidar o tamanho do rombo aos cofres públicos. "Esse número em torno de R$ 500 milhões é inicial. Um conjunto grande de documentos está sendo apreendido e, a partir desses documentos, é que nós vamos poder fazer procedimentos fiscais necessários para chegar ao montante efetivo dessa operação", informou o superintendente da Receita Federal, João Batista Barros.
Os suspeitos podem ser responsabilizados pelos crimes de associação criminosa, omissão de dinheiro, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, outras empresas do ramo de entretenimento devem ser alvos da operação nas próximas fases.
Apesar dos órgãos não divulgarem nomes, trata-se da A3 Entretenimento. A sede da empresa, localizada no bairro Passaré, foi um dos 44 locais, entre escritórios e residências, alvos de mandados de busca e apreensão de materiais e documentos na primeira fase da operação.
A PF também cumpriu 32 mandados de condução coercitiva de pessoas ligadas às empresas da A3 Entretenimento, entre elas quatro bandas de forró - Aviões do Forró, Solteirões do Forró e mais duas que não foram reveladas. Somente esses quatro grupos musicais podem ter sonegado R$ 121 milhões do valor total, em dois anos, segundo aponta a investigação.
Entre os conduzidos à sede da PF estavam Xand e Solange, vocalistas e sócios-proprietários da banda Aviões do Forró, e 'Zé Cantor', da banda Solteirões do Forró. De acordo com a Polícia Federal, todos os donos e sócios das empresas investigadas foram conduzidos para prestar esclarecimentos sobre as suspeitas e depois serem liberados. Em comunicado, a banda Aviões do Forró informou que "está à disposição da Polícia Federal e da Justiça e que colaborará com todos os questionamentos em relação à operação". Até o fechamento desta edição, a A3 não havia se pronunciado sobre a operação.
'For All'
A operação foi batizada como "For All" em referência à expressão homônima da língua inglesa, que significa "para todos". Segundo a PF, esse é o termo que deu origem ao nome "forró", após britânicos, que estavam instalados em Pernambuco para construir uma ferrovia, promoverem bailes abertos ao público, ou seja, voltados para todos. "Assim como o nosso forró é para todos, os tributos também são propriedade de todos os brasileiros", destacou o e superintendente da 3ª Secção da Receita Federal, João Batista Barros.
Para realizar a operação, a PF dispôs de 260 agentes e a Receita Federal, de 35 auditores fiscais. Os 76 mandados foram cumpridos em Fortaleza e Russas, no Ceará, além do município de Sousa, na Paraíba.
Bloqueio
A investigação começou há quase dois anos e reuniu diversos indícios de crimes fiscais cometidos por pessoas físicas e jurídicas. "Aquisição de bens móveis e imóveis não declarados ao fisco e, quando declarados, feito com valor subfaturado; confusão patrimonial, com pessoas físicas declarando imóveis em nome de pessoas jurídicas e vice-versa; divergências entre os valores pagos pelas pessoas jurídicas a seus sócios; e movimentações bancárias incompatíveis com os rendimentos", listou a delegada da PF que coordenou a operação, Doralucia Oliveira de Souza.
Diante desses indícios, a 11ª Vara Federal do Ceará decretou a apreensão do dinheiro que fosse encontrado nos locais que eram alvos de busca e bloqueio de bens dos investigados. Segundo balanço parcial divulgado pela PF por volta de 10h, R$ 600 mil já haviam sido apreendidos, mas esse montante podia aumentar porque os mandados continuavam a ser cumpridos. 163 imóveis e 69 automóveis (sendo 38 de pessoas físicas e 31 de pessoas jurídicas) foram bloqueados pela Justiça.
O material e os documentos apreendidos ontem serão analisados pela Receita Federal para elucidar o tamanho do rombo aos cofres públicos. "Esse número em torno de R$ 500 milhões é inicial. Um conjunto grande de documentos está sendo apreendido e, a partir desses documentos, é que nós vamos poder fazer procedimentos fiscais necessários para chegar ao montante efetivo dessa operação", informou o superintendente da Receita Federal, João Batista Barros.
Os suspeitos podem ser responsabilizados pelos crimes de associação criminosa, omissão de dinheiro, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, outras empresas do ramo de entretenimento devem ser alvos da operação nas próximas fases.