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sábado, 27 de agosto de 2016

Hacker é preso por fraudes e abuso sexual na Capital


Um hacker acusado de fraudes a contas bancárias e de abuso sexual de crianças e adolescentes foi preso em um apartamento no bairro Maraponga, na tarde da última quarta-feira (24), em uma operação da Polícia Civil. O maranhense Fabrício Almeida de Souza, de 31 anos, tentou empreender fuga, trocou agressões com um policial, mas acabou capturado.

A investigação começou com a Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), que suspeitava que Fabrício estava traficando drogas para o Ceará por causa da "vida de ostentação que ele levava em Fortaleza, incluindo a hospedagem em hotéis e flats na Beira-Mar e a presença em restaurantes e festas caros, mesmo estando desempregado", contou o diretor da DCTD, delegado Sérgio Pereira.

A Delegacia de Combate aos Crimes de Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa) foi acionada quando os policiais da DCTD perceberam que o suspeito costumava estar acompanhado de pessoas mais novas nos locais que frequentava. A Dececa, por sua vez, começou a seguir os passos de Fabrício e descobriu que ele participava de festas raves e orgias com crianças e adolescentes do sexo masculino e feminino.

Definido como "muito inteligente" pelo delegado Sérgio Pereira, o suspeito percebeu que estava chamando atenção com os gastos excessivos e optou por mudar de residência e se esconder em uma região mais periférica da Cidade.

Grávida

A Polícia continuou a investigação e chegou ao apartamento na Maraponga, onde Fabrício morava e mantinha um relacionamento com uma adolescente de 17 anos, que está grávida do hacker. Também foi encontrado na residência um jovem de 14 anos. A Polícia acredita que ele seja um dos adolescentes aliciados pelo suspeito.

A jovem que mantinha um relacionamento com Fabrício revelou, à Polícia, os planos do preso quanto ao filho que ela espera: "se for menino, seria o sucessor do pai (nos crimes) e se for menina, seria vendida". Ela ainda alegou que se envolveu com o hacker por passar dificuldades financeiras e gostar das ostentações que ele proporcionava.

Na casa, os policiais civis apreenderam um notebook, um smartphone, cartões de crédito e cheques no nome de outras pessoas, além de uma carteira de identidade falsificada.

Fabrício, que já respondeu por crimes de estelionato, furto mediante fraude e associação criminosa nos estados do Maranhão, Rio de Janeiro e Goiás, disse, para a Polícia cearense, que falaria apenas em juízo. Segundo o delegado, ele se mudava com frequência para ostentar sem alimentar desconfianças, não se preocupava em acumular patrimônios e se inspirava no filme "Prenda-me se for capaz", que narra a história de um golpista perseguido pela FBI.

A investigação sobre os crimes de Fabrício Almeida de Souza continuará a ser realizada pela DCTD e pela Dececa e ainda ganhará o apoio da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), por causa dos crimes de estelionato cometidos pelo preso. "Ainda tem que ter profundidade nas investigações. Não se sabe a dimensão dos crimes dele aqui no Ceará", afirmou a delegada titular da Dececa, Ivana Timbó, que definiu o preso como "disseminado e descarado".

Diário do Nordeste