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sexta-feira, 8 de julho de 2016

Homem é enquadrado na lei 'Carolina Dieckmann' por ligar mulher a vídeo


O homem suspeito de ter divulgado em grupo de WhatsApp a imagem de uma mulher associada a um vídeo pornográfico, cometeu um crime e será enquadrado na lei "Carolina Dieckmann".

A informação foi confirmada pelo delegado Wilder Brito, responsável pelo caso. De acordo com o delegado, apesar de o suspeito não ter invadido o computador ou site da vítima, ele invadiu a privacidade de Michele, que afirmou não se tratar dela nas imagens.

"Ele fez várias insinuações que tinha saído com ela. Isso ai por si só já é crime de difamação. Já se caracteriza um crime de natureza que é conhecido como a Lei 'Carolina Dieckmann', artigo 154. Embora ele não tenha invadido o site dela, o computador dela, o dispositivo de informática dela, mas ele invadiu a privacidade dela", disse o delegado.

O suspeito já prestou depoimento e aparece no grupo do WhatsApp dizendo que a conhece e que teve um caso com a vítima. Wilder Brito disse ainda que o suspeito confirmou que fez um comentário, uma postagem, mas mesmo assim, segundo Brito cometeu um crime.

"De princípio essa pessoa admitiu apenas que fez um comentário, fez a postagem, reproduziu a postagem e fez um comentário que não fora ele o autor daqueles comentários. Entretanto, ele cometeu um crime, porque além dele ter postado no mesmo grupo, cujo o grupo que ele é o administrador, ele fez um cometário: ela me mandou para mim da academia", disse.

Vida profissional prejudicada

Michele Loureiro diz que teve a vida profissional prejudicada por causa da postagem. Michele conta que se afastou do emprego e que a vida agora está complicada. Todos os dias recebe mensagens e propostas constrangedoras.

"Eu tive que deixar o trabalho. Estou perdendo dinheiro com isso. Eu trabalho com vendas. Se eu não vender eu não ganho. Atrapalhou minha vida profissional e emocional. Tenho só minha família e amigos", desabafou.

No vídeo a foto é de uma mulher nua, identificada de forma equivocada como sendo Michele. Na postagem, a mulher é apresentada como garota de programa. "Depois que uma pessoa me tirou um print com uma pessoa me afirmando que eu tinha mandado esse print na academia sendo que o vídeo. Eu não conheço essa pessoa que afirmou isso já veio até aqui na delegacia fazer depoimento", conta.


Eveline Teixeira, advogada da jovem, afirma que a cliente não tem relação com o vídeo. 

“Associar essas imagens pornográficas a uma pessoa e ainda dizer que ela é uma garota de programa é uma mancha sem tamanho na honra e na imagem dela”, defende.

G1/CE