Foram entregues oficialmente à Justiça, na tarde de ontem, os volumes da denúncia elaborada pela comissão de 12 promotores de Justiça do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) contra 45 policiais e ex-policiais militares que teriam atuado no episódio conhecido como 'Chacina da Messejana'. Nos documentos, os promotores pedem as prisões dos suspeitos de participar da retaliação que deixou 11 pessoas mortas e outras sete feridas na madrugada de 12 de novembro do ano passado nos bairros Curió e São Miguel, na Grande Messejana, em Fortaleza.
Ontem, por volta das 15h30, os papéis desceram das Varas do Júri, no Fórum Clóvis Beviláqua, e foram levados à Secretaria Executiva das Promotorias do Júri. De lá, seguiram para o Protocolo, por volta das 16h. Seguindo o trâmite, os documentos serão digitalizados e apreciados pelo magistrado da 1ª Vara do Júri.
Conforme o jornal já antecipou nas edições do último dia 7 e da última terça-feira (14), dentre os 45 acusados de participação direta e indireta na 'Chacina da Messejana', estão dois oficiais da PM, além de policiais de diversas companhias. Ao todo, conforme fontes ligadas às apurações, cerca de 100 policiais teriam tido alguma participação ou tomado conhecimento do que ocorreria naquela madrugada, sem ter agido para impedir os crimes.
A investigação foi realizada pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI) da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) e encaminhada ao MPCE em 11 de abril deste ano. Àquela época, a Controladoria havia indiciado 38 pessoas. A comissão de promotores, no entanto, resolveu adicionar as outras sete. Dentro das apurações, teria ficado evidenciado que os oficiais militares denunciados foram omissos durante a invasão às ruas daqueles bairros.
Vingança
Os assassinatos, conforme as apurações, tiveram dois catalisadores. O primeiro, foi quando um policial militar entrou em litígio com traficantes daquela área. A família do policial teria sido expulsa do Curió após o PM ter supostamente assassinado um adolescente ligado ao tráfico, conforme o jornal apontou ainda em 11 de abril.
Uma semana após este episódio, o soldado PM Valtenberg Chaves Serpa foi assassinado, na Lagoa Redonda, ao tentar defender a namorada de um assalto. Para os investigadores, os dois eventos culminaram na explosão de revolta dos policiais, resultando na matança.
Um levantamento das antenas da rede de telefonia móvel, realizado nas Estações Rádio Base (ERBs), realizado para identificar o uso de aparelhos celulares durante aquela madrugada naquele perímetro. A apuração teria apontado a participação e conhecimento de vários dos agora denunciados.
Segundo a controladora geral do Estado, Socorro França, todos os indiciados pela DAI, e posteriormente denunciados pelo MPCE, assim o foram com base em provas técnicas obtidas pelos investigadores nas apurações.
A preocupação, agora, é em relação à deflagração da operação que culminará com as prisões dos suspeitos. Oficiais da PM temem uma "greve branca", já anunciada pela Corporação em redes sociais, em represália às prisões dos denunciados.
Diário do Nordeste
Ontem, por volta das 15h30, os papéis desceram das Varas do Júri, no Fórum Clóvis Beviláqua, e foram levados à Secretaria Executiva das Promotorias do Júri. De lá, seguiram para o Protocolo, por volta das 16h. Seguindo o trâmite, os documentos serão digitalizados e apreciados pelo magistrado da 1ª Vara do Júri.
Conforme o jornal já antecipou nas edições do último dia 7 e da última terça-feira (14), dentre os 45 acusados de participação direta e indireta na 'Chacina da Messejana', estão dois oficiais da PM, além de policiais de diversas companhias. Ao todo, conforme fontes ligadas às apurações, cerca de 100 policiais teriam tido alguma participação ou tomado conhecimento do que ocorreria naquela madrugada, sem ter agido para impedir os crimes.
A investigação foi realizada pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI) da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) e encaminhada ao MPCE em 11 de abril deste ano. Àquela época, a Controladoria havia indiciado 38 pessoas. A comissão de promotores, no entanto, resolveu adicionar as outras sete. Dentro das apurações, teria ficado evidenciado que os oficiais militares denunciados foram omissos durante a invasão às ruas daqueles bairros.
Vingança
Os assassinatos, conforme as apurações, tiveram dois catalisadores. O primeiro, foi quando um policial militar entrou em litígio com traficantes daquela área. A família do policial teria sido expulsa do Curió após o PM ter supostamente assassinado um adolescente ligado ao tráfico, conforme o jornal apontou ainda em 11 de abril.
Uma semana após este episódio, o soldado PM Valtenberg Chaves Serpa foi assassinado, na Lagoa Redonda, ao tentar defender a namorada de um assalto. Para os investigadores, os dois eventos culminaram na explosão de revolta dos policiais, resultando na matança.
Um levantamento das antenas da rede de telefonia móvel, realizado nas Estações Rádio Base (ERBs), realizado para identificar o uso de aparelhos celulares durante aquela madrugada naquele perímetro. A apuração teria apontado a participação e conhecimento de vários dos agora denunciados.
Segundo a controladora geral do Estado, Socorro França, todos os indiciados pela DAI, e posteriormente denunciados pelo MPCE, assim o foram com base em provas técnicas obtidas pelos investigadores nas apurações.
A preocupação, agora, é em relação à deflagração da operação que culminará com as prisões dos suspeitos. Oficiais da PM temem uma "greve branca", já anunciada pela Corporação em redes sociais, em represália às prisões dos denunciados.
Diário do Nordeste