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sexta-feira, 13 de maio de 2016

Seis capitais têm atos contra impeachment

Na cidade de São Paulo, a Polícia Militar estimou em cinco mil o número de manifestantes, na Avenida Paulista ( Foto: AFP )

Pelo menos seis cidades brasileiras, incluindo Fortaleza, registraram manifestações, ontem, contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a posse do presidente em exercício Michel Temer. Além da capital cearense, foram verificados protestos também em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e em João Pessoa.

Após a decisão do Senado pelo afastamento de Dilma Rousseff da Presidência, um ato foi realizado ontem na Avenida Desembargador Moreira, contra o governo de Michel Temer, que assumiu o cargo de presidente do Brasil. No local, os manifestantes bloquearam uma das faixas da Avenida. Não houve registros de transtorno em relação ao trânsito. Na pista foram colocados os dizeres "PMDB golpista".

Já em manifestação que se iniciou no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), movimentos sociais da Frente Povo Sem Medo disseram não reconhecer como legítimo o governo do presidente interino Michel Temer e prometeram intensificar a mobilização nas ruas do País. O coordenador do movimento, Guilherme Boulos, declarou que a ação não é em defesa da presidente afastada Dilma Rousseff, mas da democracia e dos direitos sociais. A Polícia Militar estimou, na noite de ontem, em cinco mil o número de manifestantes, na Avenida Paulista.

"Não estivemos na rua defendendo a Dilma, estivemos nas ruas defendendo a democracia contra o golpe e defendendo direitos sociais. Permanecemos mais do que nunca agora nas ruas, porque o que hoje se estabeleceu no País é algo muito grave. A partir do dia de hoje (ontem), temos um presidente ilegítimo", disse. O coordenador da frente, que reúne mais de 30 movimentos nacionais, criticou a política social e econômica do governo Temer. Segundo Boulos, o ministério do peemedebista tem "corruptos notáveis".

Rampa do Planalto

Manifestantes contrários ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff pularam as grades de contenção em frente ao Palácio do Planalto e conseguiram subir alguns metros da rampa do prédio. A segurança presidencial e a Polícia Militar atuaram para conter o grupo usando gás de pimenta.

Os manifestantes recuaram e voltaram a se posicionar atrás do gradil e a polícia reforçou a segurança no local.

Os seguranças do Planalto formaram uma barreira na rampa. Uma manifestante, que passou mal por causa do gás de pimenta, permaneceu por cerca de dez minutos sentada no local até ser retirada pelos agentes.


A confusão ocorreu enquanto, no interior do Palácio, o presidente interino Michel Temer começava seu discurso após empossar os novos ministros. Mais cedo, enquanto os convidados ainda chegavam para a posse, os manifestantes gritavam palavras de ordem e gritos de "golpista" para os passantes.

Diário do Nordeste