Crato. A Polícia Civil deste município, a 540 quilômetros de Fortaleza, investiga o assassinato de um paciente que estava sendo transferido do hospital do Crato a uma unidade médica de Campos Sales, onde a vítima residia. A ambulância em que estava José Lopes da Silva, de 50 anos, foi interceptada na noite da última quarta-feira (25) por uma caminhonete Toyota Hilux ocupado por quatro homens encapuzados e armados com pistolas.
Após interceptar a ambulância, a quadrilha retirou o homem de dentro do carro e atirou, pelo menos, três vezes contra a cabeça de José Lopes que teve morte imediata. O motorista da ambulância não ficou ferido. Após a execução, que aconteceu na CE-292, próximo ao vilarejo conhecido como Mané Coco, ainda município de Crato, os suspeitos fugiram.
Morte do PM
José Lopes estava internado desde o último dia 8 de maio, quando foi atingido durante um tiroteio entre a Polícia e suspeito de tráfico de drogas, na cidade de Campos Sales. Na ocasião, o soldado do Batalhão de Policiamento e Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio), José Roberto Lemos Soares, de 25 anos, acabou baleado na mesma ocorrência. O militar foi assassinado com um tiro na cabeça durante a ação policial que investigava o tráfico de drogas na região. Durante a investida ao bar onde supostamente aconteceria a venda de cocaína, os policiais foram recebidos a tiros.
Um dos suspeitos do tráfico também morreu no tiroteio, enquanto José Lopes foi baleado e socorrido ao hospital do Crato. Outros dois jovens, ambos de 26 anos, que estavam no bar no dia em que o soldado Lemos foi morto, foram assassinados no mesmo dia.
Execuções
Luan Silva Teixeira foi executado de forma semelhante a José Lopes. Ele foi morto a tiros dentro da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) enquanto era socorrido ao Hospital Regional do Cariri (HRC), em Juazeiro do Norte. O outro suspeito, Antônio Lourenço Sousa da Silva, foi assassinado na porta da casa dele, ainda no dia 8.
O bar em que a ação aconteceu foi incendiado na madrugada do dia último dia 16. Ninguém ficou ferido. Um suspeito de atear fogo ao local chegou a ser detido, no entanto, ele negou participação no incêndio.
A reportagem entrou em contato com a Delegacia do Crato, entretanto, foi informada que, por ser feriado, não teria "nenhum inspetor ou delegado de plantão e que toda ocorrência estava sendo lavrada na Delegacia de Juazeiro do Norte". Quanto a possível ligação entre os crimes, o policial que atendeu a ligação limitou-se a dizer que "o inquérito foi aberto e a investigação irá apurar tudo". Por sua vez, o inspetor Valmir, da Delegacia de Juazeiro do Norte, informou que a "investigação do assassinato será realizada pela Delegacia do Crato".
Diário do Nordeste