A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu aprovar o registro de dois testes para detecção de anticorpos do vírus zika. São os primeiros exames desse modelo a obter aprovação no Brasil - um deles capaz de detectar o vírus meses após a infecção.
A medida será publicada no “Diário Oficial da União” hoje.
Até então, o Brasil só tinha disponível em laboratórios um outro tipo de diagnóstico para o zika, feito pelo método conhecido como PCR, que verifica o genoma do vírus. O teste, porém, só é eficaz durante o quadro agudo da infecção - ou seja, quando a pessoa apresenta sintomas da doença.
Segundo a Anvisa, os novos testes aprovados conseguem detectar a presença, por meio de métodos de imunoflorescência, de dois tipos de anticorpos, o IgG (imunoglobina G) e IgM (imunoglobina M), para três doenças: dengue, chikungunya e zika.
O primeiro, IgG, indica se houve uma infecção mais antiga pelo vírus. Já o IgM é produzido na fase aguda da doença.
O pedido para registro dos produtos foi feito pela Euroimmun, empresa alemã que mantém filiais em diferentes países, incluindo o Brasil.
Com a aprovação, empresas podem comercializar os testes para laboratórios, o que deve ajudar a aumentar a capacidade de diagnóstico de pessoas infectadas pelo vírus no País.
Até então, a falta de um teste que detectasse anticorpos do zika meses após a infecção era o principal impasse para confirmar a relação entre o vírus e os casos recentes de microcefalia.
Além dos dois kits de testes que detectam anticorpos do vírus zika, a agência também aprovou outro pedido de registro de um produto para diagnóstico in vitro, no método PCR. O pedido foi feito pela empresa Quibasa Química Básica.
Doação de sangue
Campinas, no interior de São Paulo, confirmou ontem o primeiro caso de vírus da zika contraído no município. Trata-se de um homem de 20 anos que doou sangue no hemocentro da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
O caso, no entanto, só foi descoberto após o receptor do sangue, um morador de Cosmópolis (a 135 km de São Paulo) vítima de politraumatismo, apresentar queda de plaquetas. A vítima morreu, mas a prefeitura diz que não foi em razão da zika.
É o segundo caso na região de Campinas envolvendo transfusões de sangue contaminadas com o vírus.
O Povo Online