Subiu para 215 o número de mulheres assassinadas neste ano no Ceará. O mais recente caso de violência ocorreu na madrugada desta terça-feira (10), dentro de uma unidade do Sistema Penitenciário do Estado. O corpo de uma presidiária foi encontrado em uma lixeira numa das alas do Presídio Feminino Desembargadora Auri Moura Costa, no Município de Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza.
A vítima foi assassinada a golpes de cossoco faca de cozinha. Estava também amarrada com um fio elétrico e amordaçada. Depois de praticar toda a violência contra a detenta, os criminosos ainda colocaram o corpo dentro de um saco e tentaram ocultá-lo.
A interna, identificada por Ana Cláudia Matos de Sousa, teria sido assassinada entre a noite de ontem e a madrugada de hoje, conforme atestou o perito. O corpo já foi recolhido pelo rabecão da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) e já se encontra no necrotério da Coordenadoria de Medicina Legal (Comel).
Segundo informações da Polícia, o cadáver de Ana Cláudia foi encontrado numa área externa da Ala C. A mulher estaria sendo ameaçada de morte, sob suspeita de colaborar com as autoridades da administração e da disciplina da unidade, daí passar a ser considerada uma espécie de “dedo duro”.
Segundo
Este foi o segundo assassinato ocorrido no Presídio Feminino neste ano. O primeiro caso aconteceu no dia 27 de julho, por volta de 13 horas, quando o corpo da detenta identificada como Joelma de Sousa Silva foi encontrado pelas agentes penitenciárias apresentando vários golpes de faca e cossoco.
A princípio, a Polícia não observa nenhuma relação entre os dois casos, embora a motivação possa ser parecida.
Superlotado
O Presídio Feminino, à exemplo das demais unidades do Sistema Penitenciário do Ceará, está superlotado. Com capacidade para abrir em torno de 374 mulheres, atualmente conta com cerca de 800 internas. Por conta disso, a Justiça proibiu, recentemente, a entrada de novas presidiárias. Contudo, há denúncias de que essa ordem judicial vem sendo descumprida e, diariamente, chegam ali novas presas.
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado, Valdemiro Barbosa, confirmou a denúncia. Segundo ele, a situação naquela unidade é de extrema precariedade e insegurança.
Blog do Fernando Ribeiro