Polícia Federal no Ceará vai instaurar inquérito para apurar os fatos relacionados à ocupação feita ontem (1º) por estudantes na reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC). Os alunos que ocuparam o prédio fazem parte do movimento grevista estudantil, que começou no último dia 19 de agosto. Eles reivindicam equiparação das bolsas estudantis da UFC ao salário-mínimo e reajuste do auxílio-residência, entre outros pontos.
A Procuradoria-Geral da UFC também deve providenciar denúncia contra estudantes que tenham provocado danos ao patrimônio durante a ocupação. A informação foi dada hoje (2) pela coordenadoria de comunicação social da universidade.
A ocupação teve início no fim da tarde de ontem e terminou hoje pela manhã de forma pacífica, após negociação com a Polícia Federal. Os estudantes quebraram portas, usaram móveis como barricadas e picharam paredes do salão nobre da reitoria com frases de ordem e reivindicações. “Quebramos uma porta, por que ninguém ocupa uma reitoria tocando campainha. Nenhum móvel da exposição do salão foi danificado. Pichamos as paredes com palavras de ordem e algumas de nossas pautas. Deixamos o lugar limpo, não nos foi dado tempo para a arrumação completa do recinto”, explica o comando de greve por meio de notas enviadas pelo Facebook.
A Polícia Federal fez perícia no local hoje de manhã para levantar os danos. O laudo será usado para a instrução do inquérito.
Na manhã de ontem, o comando de greve esteve com o vice-reitor Custódio Almeida, que está no exercício da reitoria, e entregou uma carta com as reivindicações do movimento. Segundo nota da instituição, foi acertado no encontro que um “diálogo permanente” seria mantido.
Por sua vez, o comando de greve diz que não houve tal abertura. “O vice-reitor não se mostrou, de forma alguma, acessível e solícito às nossas pautas. A reitoria permanece com as contas fechadas, o que nos impede de saber a real situação das verbas.”
No fim desta tarde, os estudantes grevistas fizeram uma reunião para avaliar a ocupação e definir as próximas ações da greve.