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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Pelo menos 7 órgãos no Ceará estão com serviços afetados por greves


A insatisfação dos servidores federais com condições de trabalho, salários e cortes no orçamento da União paralisa serviços, por tempo indeterminado, em pelo menos sete instituições no Ceará. No momento de greves para setores de Educação, Saúde, Seguro Social, Administração de Tributos e Justiça, outras categorias fazem pressão com paralisações pontuais. A maioria dos órgãos mantém serviços considerados essenciais à população (veja Saiba Mais). 

A educação superior vive greve deflagrada pelos professores das universidades federais. Iniciado no dia 18, o movimento se soma à categoria de servidores das mesmas instituições e aos trabalhadores do Instituto Federal do Ceará (IFCE), também sem aulas. Desde ontem, servidores do Ministério da Fazenda e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) fazem paralisação de 48 horas. No Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), os trabalhadores ficam parados às segundas e quartas-feiras há três semanas.

Em greve ou não, aproximadamente 30 entidades sindicais de servidores seguem com a mesma pauta geral: ter política salarial permanente, reajuste de 27,3% baseado nas perdas inflacionárias desde 2010 e paridade entre ativos, aposentados e pensionistas. O panorama é apresentado por Luciano de Andrade, coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Ceará (Sintsef). Segundo ele, as tentativas de negociações vão até o dia 31, previsão para que o Congresso Nacional receba o Projeto da Lei do Orçamento Anual (Ploa) com despesas de pessoal. Cabe a cada categoria decidir sobre os rumos após a resolução do Governo.

Até agora, a última proposta do Ministério do Planejamento aos servidores foi de reajuste de 21,3% em quatro anos, com base na inflação esperada. Além de exigir percentual maior e com negociações anuais, as categorias contestam os índices de reajuste para auxílios de alimentação, creche e planos de saúde.

Mais greves
As próximas semanas podem trazer paralisações ou greves de outras categorias de servidores, como no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), diz Luciano de Andrade.

Desde 7 de julho, os principais serviços do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão parados. Das 85 agências no Ceará, apenas duas de Fortaleza têm atendimento parcial. “Estamos desesperados porque parece que o Governo não se preocupa com o servidor. Queremos condições para voltar a fazer o que sabemos”, afirma Carmem Lúcia Marques, secretária do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência Social no Ceará (Sinprece).

Saiba mais
Principais serviços parados e mantidos: UFC, UFCA e Unilab

Parados: aulas, atendimento em bibliotecas e serviços administrativos

Continuam: 60% dos servidores do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac) continuam atendendo em setores como emergência, UTI neonatal e cirurgias eletivas de grande porte.

IFCE
Parados: aulas, serviços administrativos e pedagógicos, como funcionamento da coordenadoria técnico-pedagógica

Continuam: atendimento parcial administrativo, pagamento de auxílios, bolsas e estágios, biblioteca para emissão do “nada consta”, laboratórios vivos e operacionalização do processo seletivo 2015. 
INSS

Parados: atendimento integral em 85 agências do Ceará. Nas duas em atendimento parcial de Fortaleza, não é possível dar entrada em serviços como aposentadoria, licença-maternidade, auxílio-doença e simulação de tempo de contribuição.

Continuam: o atendimento parcial é de perícia médica, agendamentos e informações gerais. Os endereços são: rua Guilherme Rocha, 1624 e avenida Desembargador Moreira, 1135.

Receita Federal
Parados: serviços de tributos internos e desembaraço aduaneiro de cargas nos portos do Mucuripe e Pecém (verificação fiscal da exatidão dos dados declarados).

Continuam: desembaraço de cargas perigosas ou perecíveis, medicamentos, de animais vivos e urnas funerárias.

O Sindicato dos Trabalhadores da Justiça Federal no Ceará (Sintrajufe/CE), não informou sobre os serviços parados e mantidos pela categoria, em greve desde o dia 10 de junho.

FONTES: sindicatos das categorias e instituições