O juiz titular da comarca de Santa Quitéria, José Valdecy Braga de Sousa, determinou, nessa quarta-feira (22), a prisão preventiva da suplente de vereador, Fernanda Araújo Ferreira, e recebeu a denúncia formulada pelo Ministério Público do Estado do Ceará, através do Promotor de Justiça Déric Funck Leite, em que se imputa a prática dos crimes de tráfico e associação ao tráfico de drogas, bem como a constituição de milícia armada.
A investigação criminal realizada pelo Ministério Público verificou que a suplente de vereador e líder comunitária conhecida como “Naninha”, mantinha, de forma permanente, um grupo criminoso com atuação e articulação em vários crimes, inclusive a compra, venda e distribuição de entorpecentes.
O promotor de Justiça revelou, ainda, que no momento em que foi efetivada a prisão cautelar da acusada, também foi realizada a prisão do seu filho Francisco Aleksandro Ferreira Lima, vulgo “Alex da Naninha”, o qual se encontrava foragido da Cadeia Pública local há 24 horas. A prisão preventiva do outro acusado no processo criminal, Alderico Viana Sousa, vulgo “Cabeça” não se fez necessária, tendo em vista que o mesmo já se encontra preso por outros crimes no Presídio CPPL I em Itaitinga.
A atuação criminosa da líder comunitária, juntamente com outros criminosos, teria chamado atenção pelo fato de que a mesma atuava de forma muita intensa nos órgãos públicos (Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia Militar e Polícia Civil), “quando, na verdade, procedia o monitoramento das ações estatais, repassando aos membros da milícia armada”.
Segundo os autos, no decorrer do processo investigatório foi possível observar a constituição da milícia armada, a partir do momento em que a acusada e o outro denunciado “arregimentavam” outros membros para o grupo criminoso. De acordo com investigações, Fernanda Araújo vigiava constantemente o dia a dia do funcionamento dos órgãos de Segurança Pública do Estado. Ademais, ela atuava na aquisição, fornecimento, aluguel e transporte de armas, além de planejar assassinatos.
Em outro braço da organização criminosa, segundo a promotoria, a suplente de vereador seria a responsável pela compra, a venda de entorpecentes em associação ao tráfico. “Ela dava guarida a residências para fomentar o cometimento de crimes, ou seja, fornecia o suporte de material para os membros do grupo; além de participar de articulações e estratégias no cometimento de delitos, etc”.
Do Ministério Público do Estado do Ceará.