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sábado, 25 de abril de 2015

Itamaraty reforça pedido de clemência

Rio de Janeiro. O Ministério das Relações Exteriores segue tentando, junto ao governo indonésio, evitar a execução do brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42. O encarregado de negócios da Indonésia em Brasília, Mochammad Rizki Safary, foi convocado para uma conversa na tarde de ontem.
A defesa do brasileiro também disse que entrará, na segunda-feira (27), com um outro recurso para evitar a execução, desta vez sob o argumento de que o brasileiro sofre de esquizofrenia e que, por isso, não pode ser executado.
Gularte foi 
Gularte foi condenado à morte em 2005 por tráfico de drogas. Na Indonésia, a execução se dará por fuzilamento.
O subsecretário para comunidades brasileiras no exterior, Carlos Alberto Simas Magalhães, reforçou o pedido de clemência feito anteriormente pela presidente Dilma Rousseff (PT), destacando razões humanitárias e o estado de saúde de Gularte. O diplomata indonésio disse apenas que transmitiria o pedido a Jacarta.
O encarregado de negócios do Brasil no país, Leonardo Carvalho Monteiro, que já está em Cilacap, cidade indonésia a 400 km da capital Jacarta, também manteve conversas com diplomatas indonésios ontem, pedindo que a vida de Gularte seja poupada. Segundo a reportagem apurou, não há previsão, no entanto, de que a presidente Dilma procure mais uma vez, por telefonema ou carta, o colega indonésio, Joko Widodo, para interceder por Gularte.
O pedido de clemência feito a Widodo por Dilma no início do ano já era em nome de Gularte e de outro brasileiro, Marco Archer, executado no dia 18 de janeiro. O sentimento no governo brasileiro, desde a recusa indonésia à clemência e a morte de Archer, é de que não há disposição por parte de Widodo para revogar a decisão.
No entanto, se houver algum sinal de abertura do lado indonésio até a próxima terça-feira (28), um contato entre a presidente Dilma e Widodo não está descartado. A mãe de Gularte, Clarisse Muxfeldt, está no Brasil e ainda não decidiu se viaja ou não para a Indonésia.
Ele foi preso em 2004 ao tentar entrar no aeroporto de Jacarta com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Com ele estavam outros dois brasileiros. O paranaense disse à polícia que a droga era toda sua, e seus colegas foram liberados. A condenação à morte aconteceu em 2005.
Em sinal de que a data das execuções está próxima, a Indonésia convocou representantes de embaixadas estrangeiras com cidadãos condenados à morte para que compareçam hoje ao complexo de prisões de Nusakambangan, em Cilacap. Por lei, o governo da Indonésia só é obrigado a informar o prisioneiro sobre a execução com 72 horas de antecedência - foi assim com Marco Archer.
Balanço da Anistia
As execuções de condenados à morte aumentaram drasticamente na Indonésia, em contraste com a tendência de queda mundial, indicaram especialistas da Anistia Internacional, em um momento em que Jacarta se prepara para fuzilar nove estrangeiros, incluindo um brasileiro.
Segundo o órgão, o número de execuções no mundo foi de 607 em 2014, queda de 22% em comparação a 2013, apesar de as condenações à morte terem aumentado 28%, para 2.466.
fonte DN