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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Prefeitos condenados por improbidades poderão parcelar débitos


Uma emenda criada pelo senador Gin Argelo (PTB) pode permitir que prefeitos condenados por improbidade administrativa possam parcelar suas dívidas junto à União em até 15 anos (180 meses) . O texto foi acatado pelo presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e candidato ao governo de Paraíba, senador Vital do Rêgo (PMDB), na Medida Provisória 671.

A inclusão na medida, originalmente editada para mudar regras de comercialização do mercado de energia, foi aprovada no Congresso Nacional, na última terça-feira (08), coincidentemente, no mesmo dia em que o Brasil entrou em campo para disputar a semifinal contra a Alemanha.

Após o jornal O Estado de São Paulo divulgar o caso, Gim Argelo afirmou que desconhecia os detalhes sobre a emenda de sua própria autoria, dizendo que teria feito a inclusão a pedido de um prefeito de Goiás. A mesma desculpa foi usada por Vital do Rêgo, outro a alegar não ignorância sobre o conteúdo do texto que aprovou. 


O texto abrange ainda o pagamento de multas impostas em ações de improbidade administrativa, sendo que a maioria dos processos afetados envolve prefeitos. Agerlo diz que a emenda facilitaria o pagamento à União. Hoje, já existe um sistema de parcelamento, com dívidas acima de R$ 100 mil negociadas caso a caso, e em até 60 meses para valores abaixo.

Entenda o caso A medida institui uma espécie de programa de refinanciamento de dívidas fiscais com a Receita (Refis), com possibilidade de em até 15 anos para dívidas com União, beneficiando pessoas e empresas responsabilizadas pela aplicação irregular de dinheiro federal e condenadas à devolução da verba aos cofres públicos. 

Segundo o Tribunal de Contas da União, entre 2009 e 2013, ações referentes ao ressarcimento do patrimônio e do erário público somam R$ 6,5 bilhões. Destes, R$ 462 milhões são referentes a casos de improbidade administrativa. O texto final ainda será votado, na próxima semana, nas plenárias da Câmara e do Senado.

CEARÁ NEWS