-->

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Jérôme Valcke diz que não descarta suspender venda de bebidas em estádios



Depois de passar anos pressionando o Brasil a mudar sua constituição e aceitar servir cerveja de seu patrocinador na Copa do Mundo,Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, agora se diz "muito assustado" com o nível de embriaguez nas arenas brasileiras. Ele não descarta suspender a venda da bebida se necessário por conta da violência. Valcke, que em 2012 sugeriu que o Brasil recebesse um "chute no traseiro" pelos atrasos, agora afirma que "não se lembra" do que disse.

Na noite desta terça-feira (1º), o francês foi entrevistado pelo SporTV e, em uma avaliação do Mundial, admitiu que a segurança é uma das prioridades até o final do torneio.

Nos últimos anos, a Fifa obrigou o governo a passar uma lei no Congresso e Valcke ainda percorreu cada câmara municipal de cidades sedes fazendo lobby pela transformação da regra que impedia a venda de bebidas nos estádios. Em 2012, ele chegou a dizer que "cerveja não era vodka".

Mas com as rivalidades entre torcedores sul-americanos e as dezenas de brigas pelos estádios e nas ruas, Valcke indica que a cerveja é parte do problema. "Fiquei assustado com o álcool", disse. "Surpreendeu-me o nível de álcool. Talvez muitas pessoas estavam bêbadas e, quando se bebe, a violência pode aumentar", afirmou.

A Budweiser é uma das principais patrocinadores da Fifa e exigiu que o Brasil adotasse uma lei especial apenas para o Mundial, liberando a bebida. Valcke não negou que a venda possa ser suspensa. "Se precisarmos controlar a vendar, vamos controlar", disse. Ele admite que esse foi "um pedido da Fifa". Mas agora dá sinais de arrependimento. "Fiquei preocupado. Precisamos ver isso", admitiu.

Para os próximos jogos e principalmente para a final, a Fifa e os governos fortalecerão a segurança das arenas que continuam no torneio. Os vigias e policiais de estádios, os "stewards", que não serão mais usados serão transferidos para os demais que vão permanecer no torneio. Para a final, Valcke garante que a segurança "será máxima". Mas insiste que a responsabilidade é do governo.

fonte DIÁRIO DO NORDESTE.