sexta-feira, 18 de julho de 2014
Apreensão de celulares em presídios cearenses cai pela metade
O volume de celulares apreendidos nos presídios cearenses caiu pela metade no primeiro semestre de 2014. Desde janeiro até o dia 30 de junho, 1.375 aparelhos foram recolhidos no interior de celas das unidades de detenção do Estado. A média é de seis celulares apreendidos por dia. Ao longo de 2013, o total de aparelhos recolhidos foi de 4.295 unidades. Cerca de 12 equipamentos recolhidos diariamente pelos agentes prisionais. A expectativa da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) é que o número continue caindo em razão do uso dos escâneres de corpo nas unidades prisionais.
Desde o mês de junho, os aparelhos já estão em funcionamento em três casas de detenção. No total, 7.483 verificações já foram realizadas, entre visitantes e funcionários do sistema prisional. Destas, apenas três pessoas foram flagradas portando materiais ilícitos. Todas eram mulheres, que tentaram entrar nos presídios com drogas, especificamente maconha e cocaína, escondidas nas partes íntimas.
Duas delas foram flagradas na Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) III, em Itaitinga. Já a terceira foi detida na Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, em Pacatuba. As três foram levadas para delegacias e autuadas em flagrante por tráfico de drogas.
Duas delas foram flagradas na Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) III, em Itaitinga. Já a terceira foi detida na Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, em Pacatuba. As três foram levadas para delegacias e autuadas em flagrante por tráfico de drogas.
“Elas não foram classificadas como usuárias de drogas pelas características do momento em que foram presas. Levando drogas nas partes íntimas para o interior de uma unidade prisional”, explicou a coordenadora do Sistema Penal (Cosipe), Socorro Matias. Segundo ela, até o dia 15 de setembro, outras quatro casas de detenção do Estado receberão os aparelhos. Atualmente, os equipamentos estão funcionando em duas unidades de Itaitinga e um em Pacatuba.
Novidade como modelo de revista pessoal utilizado nos presídios cearenses, os escâneres de corpo deverão acabar com as revistas íntimas feitas por funcionários do sistema prisional em sete casas de detenção do Estado. As máquinas são capazes de detectar a presença de objetos intracorpóreos, como armas, drogas, celulares e chips. Basta que as pessoas fiquem de pé numa esteira, que passa por dentro do equipamento.
Conforme O POVO publicou no dia 10 de junho, na ocasião da inauguração dos aparelhos, a secretária da Justiça e Cidadania, Mariana Lobo, classificou o modelo anterior, que ainda ocorre em várias penitenciárias cearenses, como “constrangedor”. “Vamos abolir essa prática vexatória e invasiva nas sete unidades do Estado”, declarou na época.
Os aparelhos já têm provocado a curiosidade e, ao mesmo tempo, um efeito intimidatório nos visitantes dos detentos, principalmente nas mulheres, segundo Socorro Matias. “A instalação dos equipamentos foi amplamente divulgada. A gente percebe isso pela curiosidade delas. Na própria fila, ficam perguntando se a máquina esta funcionando. Essa divulgação também serviu para que as pessoas se conscientizem que não devem levar ilícitos para os presídios, mesmo que escondidos, porque serão flagradas. Isso tem coibido essa prática”, avaliou.
Saiba mais
Em 2013, foram apreendidos 4.295 celulares nos presídios cearenses. A média foi de 12 aparelhos recolhidos por dia.
No primeiro semestre deste ano, houve 1.375 apreensões. A média foi de seis equipamentos apreendidos diariamente, ao longo dos 181 dias.
Fonte: O Povo