sábado, 3 de maio de 2014
Quase uma semana após a escultura do poeta Ascenso Ferreira, no Cais da Alfândega, área central do Recife, ser danificada, o monumento de Luiz Gonzaga, na Praça Visconde de Mauá, foi encontrada deitada no chão na manhã desta sexta-feira. A estátua pode ter sido alvo de vandalismo ou ter tombado por desgaste. Câmeras de segurança instaladas ao redor da praça, ao lado da Casa da Cultura, podem ajudar a esclarecer o que aconteceu.
Confeccionada pelo artista plástico Demétrio Albuquerque, a escultura teve a base destruída. No início da semana, a reportagem do JC verificou que o nariz da estátua estava danificado. Nesta sexta, com a queda, o rosto e a sanfona que o Rei do Baião segurava ficaram avariados. "Todas as estátuas deveriam ter manutenção anual, mas há três anos não se faz revisão nas esculturas do circuito. Semana que vem, irei entregar um relatório à Prefeitura sobre a situação delas", explicou o artista.
A escultura faz parte do projeto Circuito da Poesia, que homenageia expoentes da cultura pernambucana e tenta aproximar a história deles do público recifense. Além de Ascenso e Gonzaga, há estátuas de Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto (Rua da Aurora), Mauro Mota (Praça do Sebo), Clarice Lispector (Praça Maciel Pinheiro), Capiba (Rua do Sol), Carlos Pena Filho (Praça da Independência), Antônio Maria (Rua do Bom Jesus), Chico Science (Rua da Moeda), Solano Trindade (Pátio de São Pedro) e Joaquim Cardozo (Ponte Maurício de Nassau).
Anualmente, a prefeitura gasta cerca de R$ 2 milhões para para recuperar monumentos, pontes e edificações públicas que sofreram ações de pixação e vandalismo.
Em nota, a Emlurb informou que enviará uma equipe ao local para colocar tapumes para interditar e proteger a estátua. Confira a íntegra da nota:
A Emlurb informa que enviará uma equipe ao local para colocar tapumes com a intenção de interditar e proteger a estátua de Luiz Gonzaga, que se encontra avariada. A Emlurb também informa que o artista que fez a peça, Demétrio Albuquerque, já está elaborando um orçamento para a recuperação da estátua, assim como as demais de sua autoria que compõem o "Circuito da Poesia". Após a aprovação do orçamento, a Emlurb irá providenciar os reparos. A Emlurb lamenta os atos de vandalismo que danificam o patrimônio público e esclarece que realiza ações de manutenção frequentes para o reparo de obras públicas na cidade, através de vistorias e informações repassadas pela população por meio do número 156. O órgão gasta aproximadamente R$ 2 milhões por ano para recuperar monumentos, pontes e edificações públicas que sofreram ações de pichação e vandalismo. A última intervenção para a recuperação de um patrimônio público aconteceu com a entrega da Ponte d’Uchôa.
O órgão conta com o setor de manutenção de monumentos, que possui uma equipe de cerca de 15 pessoas, entre restauradores, pintores e outros profissionais, encarregados dos serviços de restauro. A Emlurb esclarece que a manutenção das estátuas e monumentos é de responsabilidade do órgão, no entanto, a pichação ou qualquer outro dano são contravenções ao código penal previstas no artigo 163.
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave;
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; (Alterado pela L-005.346-1967)
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Fonte: Jornal do Commercio