Em assembleia na manhã deste sábado (31),motoristas e cobradores de ônibusdecidiram entrar em estado de greve por tempo indeterminado. Os profissionais se reuniram na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro-CE), na avenida Tristão Gonçalves e ocuparam a via durante a reunião.
A categoria vai paralisar as atividadas por um dia à zero hora da próxima quarta-feira (4), mesmo dia em que haverá uma nova rodada de negocições com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), às 13 horas, no Ministério do Trabalho. Trabalhadores de outras categorias, como vigilantes e servidores, também não trabalham na quarta-feira, data que marca o Dia Estadual de Paralisação. No mesma data também acontecerá a missa de sétimo dia do motorista Francisco Erivaldo Marinho, esfaqueado durante assalto.
Após a reunião, o grupo seguiu em passeata pelas ruas do Centro e do Benfica, até o shopping da Av. Carapinima. O trânsito ficou congestionado no local.
Segundo o presidente do Sintro-CE, Domingo Neto, "neste momento a categoria está em estado de greve e pode ter mais manifestações a qualquer momento, a qualquer hora, em qualquer dia", disse.
Domingo Neto disse ainda que os ônibus deixarão de circular antes da quarta-feira se houver qualquer violência contra motoristas e cobradores.
Com relação à paralisação programada para o dia 4 de junho, o presidente da categoria disse que "se a empresa colocar falta nos funcionários, vamos parar a empresa", afirmou.
Categoria não aceita acordo com patrões
Na assembleia deste sábado (31), os profissionais recusaram a proposta de reajuste de 5,81% oferecida pelos representantes do Sindiônibus.
Todas as reivindicações da categoria foram mantidas. São elas: o reajuste de 18%, cesta-básica no valor de R$ 120,00, vale-alimentação no valor de R$ 12,00, jornada de trabalho composta de 42 horas semanais, 30 minutos de lanche, 7 horas diárias e intervalos de 30 minutos, além de mais segurança no ambiente de trabalho.
Sindiônibus repudia decisão, que considera ilegal
Para o Sindiônibus, a greve é um direito dos trabalhadores em transportes rodoviários. Contudo, o sindicato considera a decisão deste sábado ilegal, pois, segundo eles, não pode haver paralisação sem a autorização da justiça e sem que o Sintro-CE dê o aviso com pelo menos 72 horas de antecedência para a população.
“O Sindiônibus repudia veementemente essa paralisação, tendo em vista que temos as negociações continuam e temos uma reunião marcada para a próxima quarta-feira”, disse o diretor vice-presidente do sindicato das empresas, Mário Albuquerque Júnior.
“A lei é clara, especialmente com relação a serviços essenciais. Eles não pode dizer na imprensa que estão em estado de greve. Isso causa um terrorismo na população por não saber se ao sair de casa vai poder voltar”, acrescentou.
Para Mário Albuquerque Júnior, não existe estado de greve. “Isso é uma ilegalidade e serão tomadas as medidas judiciais cabíveis”, afirmou. “Nós vamos ver com a justiça para haja um percentual mínimo (de veículos circulando), porque a população não pode ficar sem ônibus”, completou.
Fonte: Diário do Nordeste