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sábado, 5 de abril de 2014

Mortalidade infantil cai 57 % no Ceará


Considerada um importante indicador de saúde, o índice de mortalidade infantil permite avaliar as condições socioeconômicas de uma população. No Estado do Ceará, por exemplo, os números mostram resultados positivos, com a Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) e seus componentes caindo 57% entre os anos de 1997 e 2013, passando de 31,6 para 13,6 óbitos por mil nascidos vivos. As informações são do informe epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), divulgado na última terça-feira (1).

De acordo com o levantamento, a redução observada da TMI ocorreu em decorrência da queda da mortalidade pós-neonatal, quando as crianças são maiores de 27 dias, que passou de 15,8 óbitos por mil nascidos vivos em 1997 para 3,9 em 2013, representando uma redução de 75%. Já na análise proporcional entre os dois componentes, o informe mostra que após o ano 2000, o risco de óbitos neonatais (crianças menores de 28 dias) representa a maior parte das mortes em menores de um ano, chegando a 71% em 2013.

No caso dos óbitos, a investigação para análise de suas causas é fundamental para o desenvolvimento de ações de prevenção e deve ocorrer em até 120 dias, segundo determina o Ministério da Saúde (MS). No Ceará, o destaque foi para as Coordenadorias Regionais de Saúde (Cres) do município de Iguatu, com 100% dos óbitos infantis investigados dentro do prazo determinado. Ao todo, 13 Cres mostraram percentual de investigação maior que a média do Ceará, e o Estado, como um todo, aparece com índices percentuais superiores a média do Nordeste e do Brasil.


Atenção primária
Apesar da importante redução na Taxa de Mortalidade Infantil, o informe da Sesa aponta que, entre os óbitos infantis notificados no Ceará, 71% foram informados como óbitos evitáveis, indicando a necessidade de melhorias na atenção primária.

De acordo com a pediatra e especialista em programas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Tati Andrade, para se evitar a mortalidade infantil nos dias de hoje é necessário intensificar os cuidados com as gestantes no pré-natal, no momento do parto, e com os bebês logo após o nascimento. "Os secretários de saúde e os prefeitos têm que entender isso, que é preciso olhar para a gestante como um bem precioso", ressalta.

Ela destaca algumas medidas para ajudar nesse índice, como investimentos em UTIs neo-natais, tecnologias mais modernas e profissionais especializados. A especialista destaca, ainda, que o Programa de Saúde da Família ajudou mais no acesso da população ao pré-natal, no entanto, segundo diz, é preciso melhorar a qualidade do serviço. "Muitas mulheres que fazem o pré-natal não são tratadas de sífilis, por exemplo, e o bebê nasce com sífilis congênito. Isso é inadmissível. Esperamos que seja possível mudar essa realidade", afirma.


Brasil
No Brasil, o número de mortes de crianças menores de 1 ano chega a 107 a cada dia. Destas, 70% poderiam ser evitadas. Atualmente, 39.369 crianças ainda morrem por ano antes de completarem um ano de idade. A taxa de mortalidade é de 13,5% da população dessa faixa etária para cada mil nascidos vivos.

O Norte aparece como a região mais crítica, com 15,9% das crianças morrendo antes do primeiro ano, seguido do Nordeste (15%), Centro-Oeste (13,2%), Sudeste (12,3%) e Sul (11,5%). Os dados são da Fundação Abrinq - Save the Children.

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