-->

sábado, 5 de abril de 2014

Cid fica; candidato do PROS só sai em maio

A condição imposta pelo governador Cid Gomes para sair do Governo seria uma candidatura do irmão, Ciro Gomes, ao Senado Federal. Ciro diz que não é candidato e Cid encerra a discussão sobre sua desincompa-tibilização ficando no Governo até o fim do mandato, no último dia de dezembro deste ano. Ele comandará todo o processo sucessório, no âmbito do seu partido e da coligação.
A comunicação oficial da permanência do governador no cargo só foi conhecida no início da noite de ontem, quando Ciro Gomes comunicou que Cid publicaria, em sua página na Internet, uma nota confirmando o fico. Cid diz ter recebido apelos diversos para "considerar" sair do Governo, antes do fim do mandato, para ensejar a eleição de um senador da República.
Opiniões
"Como sei que as questões do Ceará dependem muito de força junto ao Governo Federal, o que se dá também através de uma forte bancada de senadores, abri uma discussão que concluo hoje. Como recebi opiniões as mais diferentes, pedi a Deus que me iluminasse e procurei sentir o coração dos cearenses. Cheguei à conclusão de que minha responsabilidade é permanecer no Governo até o fim".
Diz mais o governador: "Concluir a obra que iniciei, aperfeiçoar as políticas públicas sob minha responsabilidade e, fundamentalmente, entregar o Estado do Ceará em boas mãos, me parece ser o meu dever".
Com essa decisão, de todos os membros da família do governador (até o terceiro grau), só poderá ser candidato Ivo Gomes, atualmente deputado estadual licenciado para ser secretário de Educação do Município de Fortaleza. E Ivo só pode ser candidato a deputado estadual. Ele relutou o quanto pode para não se desincompatibilizar.
Ontem, o governador pessoalmente só teve contato com o irmão, Ciro, e com o presidente da Assembleia, deputado José Albuquerque. Ele atendia a recomendação médica de repouso, dada no dia anterior, em razão do mal-estar sentido no evento em Limoeiro do Norte, na noite anterior, quando da solenidade de inauguração de uma Policlínica naquela cidade.
A discussão sobre a saída ou não do governador Cid Gomes começou a partir do último dia 23, quando o Diário do Nordeste publicou uma matéria tratando da questão, imediatamente confirmada pelo próprio governador. Ele sempre afirmou não ter interesse em disputar qualquer mandato no pleito deste ano, em razão da disposição de passar uma temporada fora do Brasil, preferencialmente trabalhando em um banco internacional de fomento, além de poder se dedicar um pouco mais à família.
Inelegível
A candidatura de Ciro, no entender de aliados do governador, serviria de reforço para o candidato a governador, permitiria ao próprio Ciro, sendo eleito senador, reanimar sua disposição de voltar a ser candidato à Presidência da República, sonho que diz ainda alimentar. Com Cid no Governo, ele é inelegível para disputar qualquer cargo. Além da projeção natural que um mandato de senador o daria, no entendimento de alguns dos seus liderados, o grupo do governador continuaria tendo influência no cenário nacional tendo o irmão senador.
A última manifestação enfática de Ciro, contra o projeto de ser candidato, foi feita na última quarta-feira, quando da reunião do governador com ele, o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, o vice-governador Domingos Filho e os deputados estaduais José Albuquerque, presidente da Assembleia, e Mauro Filho, e o ex-ministro Leônidas Cristino. Estes quatro são pretensos candidatos ao Governo. Na presença de todos eles, Ciro disse que não seria candidato nas eleições deste ano.
A segunda reunião desse grupo, que acabou não acontecendo, daria continuidade à discussão na expectativa de arrancar de Ciro uma promessa de discutir o assunto candidatura, o que poderia acontecer até o mês de junho, prazo final para homologação das candidaturas, segundo o Calendário Eleitoral estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O abalo na saúde do governador, à noite da última quinta-feira, em Limoeiro do Norte, encerrou o ciclo de conversações.
Vice
Embora fizesse declarações públicas de estar considerando sair do Governo para tornar elegível o irmão, o governador Cid Gomes só efetivamente começou a tratar da sua saída do Governo na última terça-feira, quando chamou o vice-governador Domingos Filho à residência oficial e colocou o quadro. Ele sugeriu que Domingos também renunciasse para permitir uma situação nova no Governo relacionada diretamente com a eleição do seu sucessor e também do futuro senador da República.
Domingos prometeu se manter fiel, mas não renunciaria, queria ser governador do Ceará, mesmo que fosse por nove meses, no caso de o PROS indicar um outro nome, que não o dele, para disputar o Governo em outubro próximo. Na quarta-feira à tarde, o tema foi retomado, mas dessa vez com a participação de Cid, Domingos, Ciro Gomes, do prefeito Roberto Cláudio, dos deputados Zezinho Albuquerque, presidente da Assembleia, e Mauro Filho, assim como Leônidas Cristino, ex-ministro dos Portos, Arialdo Pinho, secretário da Casa Civil, e o marqueteiro que trabalha para o Governo, Manoel Canabarro, no Palácio da Abolição.
Como ficou inconclusa, uma nova reunião foi marcada para a noite da última quinta-feira, com o mesmo grupo político, mas o governador adoeceu, em Limoeiro do Norte, e ela não aconteceu. Ontem, porém, mesmo sem mais discutir o assunto, no coletivo, Cid Gomes decidiu ficar no Governo e concluir o seu mandato, encerrando de vez a questão em razão da determinação do Calendário Eleitoral, na parte que trata da desincompatibilização.
Créditos ao SITE diário do Nordeste.