Inaugurado há mais de um ano, o Hospital Regional do Sertão Central recebeu ontem sinalização de que enfim terá recursos para iniciar seu funcionamento. Em reunião com Camilo Santana (PT) em Brasília, o ministro Marcelo Castro (Saúde) garantiu custeio federal de 50% do hospital, que deve abrir as portas no 1º trimestre de 2016.
A unidade, conhecida como Hospital de Quixeramobim, seguia inativa desde 28 de dezembro de 2014, quando ocorreu “visita inaugural” do ex-governador Cid Gomes (PDT). A atual gestão vinha tentando garantir apoio federal na manutenção do hospital, que custará R$ 100 milhões por ano.
“Solicitei ao ministro a garantia dos recursos de 50% do custeio para colocarmos em funcionamento o hospital, algo que já estava acordado antes da troca no ministério. Agora, ele garantiu a liberação para o início do ano. A unidade é muito importante não só para o Sertão Central, mas para todo o nosso estado”, disse Camilo Santana.
Ao lado do secretário Mauro Filho (Fazenda), Camilo se reuniu com Castro e com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), 4% da obra do hospital ainda está em execução.
Nesta segunda-feira, quando a obra completou um ano de “inauguração”, concursados que esperam nomeação na unidade fizeram protesto pela abertura do hospital. Sem a unidade, população ainda precisa recorrer a Fortaleza - cidade a 206km - para procedimentos complexos.
Obra polêmica
Inatividade do hospital de Quixeramobim tem motivado uma série de embates na Assembleia e entre a bancada cearense na Câmara Federal. Segundo o deputado federal Danilo Forte (PSB), unidade não funciona por “má gestão”.
Em outubro, o deputado Ivo Gomes (Pros), ex-secretário de Camilo e irmão de Cid, criticou a gestãopor não reverter o quadro. “Eu não engulo a desculpa de que o governo não tem dinheiro para o custeio. Tem que se virar! Tem dinheiro sim! Eu sei que tem”, disse, surpreendendo membros da base aliada e oposição.
Unidade com investimento de R$ 87,7 milhões, o Hospital Regional do Sertão Central tem capacidade para atender mais de 400 pessoas por dia, de vinte cidades da região. Com perfil para realizar operações de alta complexidade, o Hospital possui nove salas de cirurgia, 209 leitos de internação geral e 60 leitos de UTI.
Inicialmente cotado para ser instalado em Quixadá - pela centralidade e maior tamanho do município -, o hospital acabou transferido para Quixeramobim em votação entre conselhos de saúde e prefeituras da região. Nos bastidores, no entanto, se comenta que a transferência ocorreu por influência política do deputado José Guimarães (PT), natural de Quixeramobim.
Saiba mais
O Hospital do Sertão Central é a 3ª unidade Regional do Estado. Ação da gestão Cid Gomes, a rede é elogiada por descentralizar investimentos de Saúde da Capital para o interior.
A ação, no entanto, recebe críticas pois pensaria apenas em “prédios”, sem levar em conta o custo de manutenção.
Este ano, por exemplo, foi aprovado empréstimo de R$ 123 milhões para construção de novo Hospital, apesar de a unidade de Quixeramobim estar parada há um ano.
O Povo Online