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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Quatro detentas são suspeitas de matar mulher encontrada em lata de lixo


Quatro detentas são suspeitas de matar Ana Cláudia Matos de Sousa, 25, encontrada morta jogada dentro de uma lata de lixo da vivência C do Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa (IPF), em Aquiraz, na noite desta segunda-feira, 9. 

As informações foram divulgadas em nota da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus). Conforme a Sejus, a interna foi espancada até a morte.

Ninguém chegou a assumir a autoria do homicídio, porém, de acordo com a nota, duas das quatro internas apontadas como possíveis agressoras na investigação foram transferidas para cadeias públicas - não divulgadas por razões de segurança - enquanto que  as outras duas foram conduzidas ao isolamento.

O crime, segundo a Sejus, está sendo investigado e acompanhado pela Coordenadoria de Inteligência da pasta. 

O órgão também negou, mais uma vez, sobre um suposto esquartejamento divulgado nas redes sociais e afirmou que está trabalhando para ampliar o efetivo de policiais na unidade prisional. 

Ana Cláudia estava no IPF desde dezembro de 2014, respondendo pelos crimes de roubo e tráfico de drogas. Cerca de 700 mulheres estão recolhidas na unidade prisional Auri Moura Costa, referência do País no acolhimento de presas. 

Confira a íntegra da nota:

"A Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado informa que o óbito está sendo investigado pela delegacia e as investigações estão sendo acompanhadas pela Coordenadoria de Inteligência da Sejus. Ninguém assumiu a autoria do crime, mas quatro internas foram apontadas pela investigação como possíveis agressoras. Duas delas foram transferidas para cadeias públicas e as outras duas foram conduzidas ao isolamento. O laudo da Perícia ainda não foi divulgado, mas pode se confirmar que NÃO houve esquartejamento. A Sejus está em conversa com a Polícia Militar para ampliar o efetivo de policiais nas guaritas da unidade prisional, o que deve diminuir os riscos de um ocorrido como este.", diz a mensagem. 

População carcerária

A população carcerária feminina aumentou 567% em 15 anos no Brasil, conforme aponta o Infopen Mulheres, levantamento nacional de informações penitenciárias do Ministério da Justiça. 

Os dados obtidos no estudo, considerado inédito por fazer a análise aprofundada em um recorte de gênero, colocam o País como o quinto com a maior população carcerária feminina do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China, Rússia e Tailândia. 

As mulheres representam 6,4% da população carcerária de todo o País, porcentagem correspondente a cerca de 607 mil detentas. 

O estudo também revelou que a maioria das mulheres presas no país (68%) é negra e o Ceará é o segundo estado com o maior percentual, com 94% de detentas negras. O Acre aparece na frente com 100% das detentas negras. 

Ceará, Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e Sergipe são os estados que possuem unidades prisionais exclusivas para mulheres.

O POVO Online