Quatro detentas são suspeitas de matar Ana Cláudia Matos de Sousa, 25, encontrada morta jogada dentro de uma lata de lixo da vivência C do Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa (IPF), em Aquiraz, na noite desta segunda-feira, 9.
As informações foram divulgadas em nota da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus). Conforme a Sejus, a interna foi espancada até a morte.
Ninguém chegou a assumir a autoria do homicídio, porém, de acordo com a nota, duas das quatro internas apontadas como possíveis agressoras na investigação foram transferidas para cadeias públicas - não divulgadas por razões de segurança - enquanto que as outras duas foram conduzidas ao isolamento.
O crime, segundo a Sejus, está sendo investigado e acompanhado pela Coordenadoria de Inteligência da pasta.
O órgão também negou, mais uma vez, sobre um suposto esquartejamento divulgado nas redes sociais e afirmou que está trabalhando para ampliar o efetivo de policiais na unidade prisional.
Ana Cláudia estava no IPF desde dezembro de 2014, respondendo pelos crimes de roubo e tráfico de drogas. Cerca de 700 mulheres estão recolhidas na unidade prisional Auri Moura Costa, referência do País no acolhimento de presas.
Confira a íntegra da nota:
"A Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado informa que o óbito está sendo investigado pela delegacia e as investigações estão sendo acompanhadas pela Coordenadoria de Inteligência da Sejus. Ninguém assumiu a autoria do crime, mas quatro internas foram apontadas pela investigação como possíveis agressoras. Duas delas foram transferidas para cadeias públicas e as outras duas foram conduzidas ao isolamento. O laudo da Perícia ainda não foi divulgado, mas pode se confirmar que NÃO houve esquartejamento. A Sejus está em conversa com a Polícia Militar para ampliar o efetivo de policiais nas guaritas da unidade prisional, o que deve diminuir os riscos de um ocorrido como este.", diz a mensagem.
População carcerária
A população carcerária feminina aumentou 567% em 15 anos no Brasil, conforme aponta o Infopen Mulheres, levantamento nacional de informações penitenciárias do Ministério da Justiça.
Os dados obtidos no estudo, considerado inédito por fazer a análise aprofundada em um recorte de gênero, colocam o País como o quinto com a maior população carcerária feminina do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China, Rússia e Tailândia.
As mulheres representam 6,4% da população carcerária de todo o País, porcentagem correspondente a cerca de 607 mil detentas.
O estudo também revelou que a maioria das mulheres presas no país (68%) é negra e o Ceará é o segundo estado com o maior percentual, com 94% de detentas negras. O Acre aparece na frente com 100% das detentas negras.
Ceará, Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e Sergipe são os estados que possuem unidades prisionais exclusivas para mulheres.
O POVO Online