O corte de dez ministérios e a nova composição da equipe de governo da presidente Dilma Rousseff (PT) deverão ser anunciados hoje antes da viagem da petista aos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT). O PMDB deverá ser o principal partido contemplado nas pastas mais densas do primeiro escalão. “Está definido que o ministério da Saúde fica com o PMDB”, disse um peemedebista.
Os nomes mais cotados para assumir o cargo do atual ministro Arthur Chioro, são os deputados Marcelo Castro, do Piauí, e Manoel Júnior, da Paraíba. Essa é a primeira vez no governo Dilma que a pasta vai ser ocupada por um nome fora do PT. A ideia inicial era colocar no posto um nome que fosse indicado pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB). A intenção, no entanto, não teve respaldo da bancada do partido na Câmara dos Deputados, o que levou o governo federal a pedir indicações aos parlamentares peemedebistas.
A lista com os nomes entregue pelo deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) à Dilma não constava o do atual ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, ligado ao vice-presidente. O episódio acabou desagradando Michel Temer. Embora o líder do PMDB no senado, Eunício Oliveira, tenha afirmado, em reuniões com a presidente Dilma, que o partido na Casa não teria “reivindicação nova” para a reforma, um correligionário informou que senadores peemedebistas estariam cogitando, ainda na noite de ontem, espaço em mais um ministério.
A ideia seria manter Kátia Abreu, ministra da Agricultura, e Eduardo Braga, ministro de Minas e Energia, na nova composição. Como no entendimento dos senadores, a ministra Kátia representa a cota pessoal da presidente, um novo nome do partido poderia, assim, ocupar o ministério da Integração Nacional ou do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Segundo relatos, o novo movimento inesperado dos parlamentares “atrapalhou” as conversas para a reforma ministerial mesmo após um dia exaustivo de negociações. “Está uma confusão”, disse um deputado contactado por um Jornal.
“Governabilidade”
Animado com a vitória do governo na votação dos vetos, o líder José Guimarães negou que haja qualquer probabilidade de estremecimento na relação do executivo com alguns setores do PMDB que podem ficar sem representatividade na nova composição ministerial. Pelo contrário, as relações estão bem, vão aperfeiçoar e aprimorar. O ambiente está bom e as condições políticas melhoraram”. O petista afirmou ainda que a vitória alcançada foi fruto de trabalho político de “pesado” da presidente Dilma Rousseff e de ministros.
(com agências)