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terça-feira, 24 de março de 2020

Funcionário terceirizado da Enel é demitido após se recusar a fazer corte de energia

O profissional alega que não achou justo realizar o serviço enquanto há pessoas de quarentena em casa por causa do coronavírus
Carta de demissão recebida por funcionário de terceirizada da Enel após ele se recusar a fazer cortes de energia durante período de quarentena no Ceará.
Foto: Arquivo Pessoal

Funcionário de uma empresa terceirizada da Enel Distribuição Ceará, Ramiro Roseno Sombra, 27 anos, afirmou que foi demitido nesta segunda-feira (23) após se recusar a fazer cortes de energia na casa clientes em Fortaleza durante o isolamento social de combate ao coronavírus.

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Em nota, a Enel alegou que a suspensão do fornecimento de energia, no caso, seriam aquelas feitas por solicitação do próprio cliente, mas não respondeu, ao ser questionada, se o funcionário foi orientado sobre a situação. Procurada para se posicionar sobre a demissão, a empresa para qual Ramiro trabalhava há cerca de seis anos não atendeu às ligações. 

Segundo Ramiro, ele se opôs a cumprir o serviço devido à situação de emergência e isolamento social no Estado, que impôs a maioria das pessoas a permanecer de quarentena em casa por causa do novo coronavírus. "Recebi 52 cortes, eu e mais 19 motoqueiros, quatro foram demitidos, eu e mais três, e 16 foram suspensos um dia porque todos eles reivindicaram que não ia ser cortado cliente específico porque nesse momento, nesse período, não é cabível cliente ser cortado", disse.

O ex-funcionário disse que, quando recebeu a ordem de corte, por débito, segundo ele, explicou o motivo da recusa aos supervisores e pediu para ser direcionado a outros serviços, como manutenção e ligação de energia.

O eletricista explica que, além dos problemas acarretados pela pandemia de coronavírus que atingiu o Ceará, há risco de os profissionais sofrerem reações violentas da população ao tentar fazer um corte de energia. "É um serviço arriscado", frisou.  

Noticia; DN