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terça-feira, 26 de julho de 2016

Ceará registra mais uma morte por picada de cobra neste ano


Juazeiro do Norte/Sobral. Ambiente urbano, sertão, serras e litoral. Seja nos pequenos centros ou nas grandes cidades, os acidentes com animais peçonhentos são uma realidade cada vez mais presente na vida do cearense. No primeiro semestre do ano, o Estado registrou 1.870 casos, com quatro mortes. Uma delas aconteceu neste domingo (24), na Serra da Ibiapaba. O agricultor Antônio Mendes da Silva, 64, foi picado por uma jararaca enquanto limpava um terreno próximo à sua residência e não resistiu.

Ele foi socorrido ao Hospital Municipal de Ubajara e, quatro horas depois, transferido para a Santa Casa de Sobral, onde morreu cerca de 24 horas após a picada. Segundo os familiares da vítima, a transferência de Ubajara para Sobral ocorreu pela ausência do soro antibotrópico, específico para combater picada da jararaca.

Durante o ano passado, foram registrados 3.976 casos em todo o Ceará. Apesar do elevado número de acidentes com animais peçonhentos no Estado, o Ministério da Saúde (MS) suspendeu a distribuição de soros antivenenos para o Ceará. Em nota informativa, o MS afirmou que até o fim de julho está com dificuldade de fazer novos abastecimentos.

Segundo o MS, deve-se "à necessidade de adequações e reformas nos parques industriais em consequentemente, interrupção na produção". Há três anos, os laboratórios produtores passaram a ter que se adequarem às Boas Práticas de Fabricação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Com a suspensão, o estoque do soro no Ceará "está reduzido gerenciado para atender todas as regiões", entretanto, ainda não está em falta, conforme destacou a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Ainda conforme a Secretaria, mais de 200 doses serão enviadas nesta semana para as sedes das regionais que estão localizadas em Juazeiro do Norte, Quixadá, Sobral, Limoeiro do Norte e Fortaleza.

O doutor em Ecologia e especialista em herpetofauna, Felipe Bottona Telles, acrescenta que o aumento no número de acidentes com animais peçonhentos nas zonas urbanas deve-se, principalmente, ao processo de perda do habitat, que está relacionado ao desmatamento e ao crescimento das cidades.

Diário do Nordeste