Segundo Meirelles, se a reforma não incluir quem já está no mercado, será preciso adotar outras medidas para pagar as aposentadorias ( FOTO: JOSÉ LEOMAR ) |
Brasília. O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) considera uma "má solução" uma reforma da Previdência só para quem entra no mercado, diz que o governo avalia fazer cortes radicais no Orçamento e afirma que sua meta é reverter o crescimento da dívida pública num prazo de dois a quatro anos. Meirelles afirmou também que a idade mínima de 65 anos para se aposentar deve ser adotada no Brasil, podendo valer tanto para homens como para mulheres.
Meirelles enfatizou que nenhuma medida está decidida e que tudo será negociado, mas a sociedade terá de fazer suas escolhas para superar a atual crise e fazer o País voltar a crescer.
Citou como exemplo a reforma da Previdência, dizendo que, se for decidido que as mudanças serão apenas para quem entra no mercado, outras medidas terão que ser adotadas para garantir o pagamento das aposentadorias no futuro. Na lista, ele incluiu teto para evolução das despesas públicas, desvinculação de receitas constitucionais, criação de tributos e corte de gastos da União.
Ao ser questionado sobre a posição das centrais contra uma reforma para quem está no mercado, ele primeiro questionou: "E se nós dissermos (nas discussões da reforma) que só vale para quem não entrou ainda no mercado de trabalho?". Em seguida, respondeu: "Ótimo, muito bom", lembrando que tudo, por enquanto, são hipóteses. Alertou, porém, que "isso só vai fazer efeito num prazo muito longo". Acrescentou que essa decisão, "do ponto de vista da dívida pública, é uma má solução" e "aí teremos de discutir quais são outras despesas públicas que terão de ser cortadas durante os próximos anos. Essas alternativas é que serão colocadas".
"A realidade é esta: é sustentável a médio e longo prazo? Não. Queremos garantir a aposentadoria de todos e a solvência do Tesouro e da Previdência".
Proposta
Dirigentes das centrais sindicais decidiram apresentar na segunda-feira (30) ao governo uma proposta de reforma da Previdência para que a equipe do presidente interino, Michel Temer, incorpore ao projeto que será enviado ao Congresso. Segundo o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), a proposta será avaliada e, no dia 3 de junho, o Planalto deve apresentar um projeto "de consenso" para a votação dos parlamentares e que "tudo está na mesa" para a discussão.
Pesquisa
Divulgada ontem, a "Retratos da Sociedade Brasileira", do Ibope Inteligência para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que 85% dos entrevistados discordariam e apenas 11% concordariam em pagar mais impostos para manter as atuais regras de aposentadoria. Do total 2% não concordam nem discordam e o mesmo porcentual não soube ou não respondeu. O levantamento foi feito com 2.002 entrevistados de 143 municípios brasileiros entre 4 e 7 de dezembro do ano passado.
A pesquisa apontou ainda que 75% dos entrevistados discordam que os trabalhadores se aposentem cada vez mais tarde, diante de um cenário brasileiro com as pessoas vivendo até idades mais avançadas.
Diário do Nordeste
Meirelles enfatizou que nenhuma medida está decidida e que tudo será negociado, mas a sociedade terá de fazer suas escolhas para superar a atual crise e fazer o País voltar a crescer.
Citou como exemplo a reforma da Previdência, dizendo que, se for decidido que as mudanças serão apenas para quem entra no mercado, outras medidas terão que ser adotadas para garantir o pagamento das aposentadorias no futuro. Na lista, ele incluiu teto para evolução das despesas públicas, desvinculação de receitas constitucionais, criação de tributos e corte de gastos da União.
Ao ser questionado sobre a posição das centrais contra uma reforma para quem está no mercado, ele primeiro questionou: "E se nós dissermos (nas discussões da reforma) que só vale para quem não entrou ainda no mercado de trabalho?". Em seguida, respondeu: "Ótimo, muito bom", lembrando que tudo, por enquanto, são hipóteses. Alertou, porém, que "isso só vai fazer efeito num prazo muito longo". Acrescentou que essa decisão, "do ponto de vista da dívida pública, é uma má solução" e "aí teremos de discutir quais são outras despesas públicas que terão de ser cortadas durante os próximos anos. Essas alternativas é que serão colocadas".
"A realidade é esta: é sustentável a médio e longo prazo? Não. Queremos garantir a aposentadoria de todos e a solvência do Tesouro e da Previdência".
Proposta
Dirigentes das centrais sindicais decidiram apresentar na segunda-feira (30) ao governo uma proposta de reforma da Previdência para que a equipe do presidente interino, Michel Temer, incorpore ao projeto que será enviado ao Congresso. Segundo o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), a proposta será avaliada e, no dia 3 de junho, o Planalto deve apresentar um projeto "de consenso" para a votação dos parlamentares e que "tudo está na mesa" para a discussão.
Pesquisa
Divulgada ontem, a "Retratos da Sociedade Brasileira", do Ibope Inteligência para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que 85% dos entrevistados discordariam e apenas 11% concordariam em pagar mais impostos para manter as atuais regras de aposentadoria. Do total 2% não concordam nem discordam e o mesmo porcentual não soube ou não respondeu. O levantamento foi feito com 2.002 entrevistados de 143 municípios brasileiros entre 4 e 7 de dezembro do ano passado.
A pesquisa apontou ainda que 75% dos entrevistados discordam que os trabalhadores se aposentem cada vez mais tarde, diante de um cenário brasileiro com as pessoas vivendo até idades mais avançadas.
Diário do Nordeste