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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Ministério da Saúde confirma oficialmente que Zika está ligado à microcefalia

O Ministério da Saúde confirmou oficialmente a relação entre a epidemia de microcefalia identificada no Nordeste e a infecção pelo zika. O Instituto Evandro Chagas, do Pará, identificou a presença do vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, em exames feitos em uma criança do Ceará que nasceu com microcefalia e outras doenças congênitas. Além da ligação com microcefalia, o ministério confirmou a segunda morte associada ao zika. Trata-se de uma garota de 16 anos, da cidade de Benevides, no Pará. Ela morreu no mês passado, com a suspeita de dengue. Este achado é, a exemplo da microcefalia, considerado de extrema importância por técnicos do ministério. Desde que chegou ao Brasil, no início do ano, o zika vírus era considerado como um problema de menor gravidade. Não havia registro na literatura internacional de mortes ligadas à doença, que até agora era chamada de “prima fraca” da dengue.

Com a segunda morte confirmada, o ministério decidiu mudar o protocolo de tratamento do paciente. A recomendação agora é que serviços de saúde passem a dispensar atendimento para possíveis casos de agravamento da zika semelhante ao que é realizado nos casos de dengue.

Na sexta-feira (27), o Instituto Evandro Chagas já havia confirmado a morte de um paciente com zika. O achado, embora relevante, foi analisado com cuidado pelos especialistas, por causa das condições do paciente: ele apresentava lúpus, uma doença autoimune que pode ter graves consequências quando o organismo é afetado por bactérias ou vírus, como é o caso do zika. “Era um paciente mais vulnerável”, afirmou um integrante da equipe de pesquisa. O segundo caso, no entanto, acendeu o alerta vermelho. A menina apresentou como primeiros sintomas dor de cabeça, náuseas e pontos vermelhos na pele e nas mucosas em setembro. Ela morreu no fim de outubro.

O ministério diz estar estudando as razões tanto do caso do surto de microcefalia nos bebês quanto das mortes de pacientes brasileiros, ambos provocados pelo zika. A microcefalia, embora seja um achado de grande impacto para saúde pública, já era de certa forma esperado. Há duas semanas, conforme antecipou o Estado, a presença do zika já havia sido identificada em exames do líquido amniótico de dois fetos da Paraíba com microcefalia.

Lindomar Rodrigues