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terça-feira, 29 de julho de 2014

Maior açude do Ceará está com baixo nível de armazenamento de água



Apesar das chuvas verificadas nos últimos dias, o açude Castanhão, maior reservatório do Ceará, sofre as consequências da estiagem prolongada. Localizado no município de Nova Jaguaribara, a 260 quilômetros de Fortaleza, o reservatório tem capacidade para armazenar 7,5 bilhões de metros cúbicos de água, mas hoje acumula apenas 2,6 bilhões, que representa apenas 39,19% da sua capacidade de armazenamento, o pior índice desde que foi inaugurado há 11 anos, de acordo com informações da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), publicadas nesta sexta-feira (11).

De acordo com a Cogerh, o reservatório é capaz de suportar até dois anos de chuvas abaixo da média histórica mas, depois disso, o reservatório corre risco de secar. O nível do reservatório poderia estar melhor se as águas da transposição do Rio São Francisco já tivessem chegado à região mas, até agora, apenas metade das obras foi concluída.  “Para que supra o Castanhão da sua demanda atual. Isso quer dizer o quê? Que a água que virá do [Rio] São Francisco vai manter a cota do Castanhão estabilizada, ou seja, a demanda que está saindo [para o abastecimento] é o que vai ser abastecido pela transposição do Rio São Francisco”, explica José Ulisses de Souza, coordenador do Complexo Castanhão.

Além de Fortaleza, outros 25 municípios são abastecidos pelo Castanhão, entre eles Nova Russas, distante 180 quilômetros da capital. No município, um perímetro irrigado depende da água do açude. Hoje, cinco mil hectares da região são utilizados para o cultivo de frutas, principalmente de melão e da melancia, que são exportadas para diversos países, o que coloca oCeará entre os maiores exportadores de frutas do País. “A região que trabalhamos não tem muita água no subsolo. Ficaria difícil a gente ter a quantidade de área plantada e uma boa produtividade por hectare se nós não tivéssemos essa água [do Castanhão]”, diz o técnico agrícola Francisco Paulo Filho.
Com o baixo nível das águas do açude Castanhão, os agricultores temem que o crescimento das exportações seja prejudicado. “Se tiver um racionamento de água, se você vai investir, você não investe ou vai diminuir o investimento, porque pode faltar água e se faltar, não tem projeto que resista”,  explica o diretor financeiro do perímetro, Cosme Damião.
MATÉRIA DO G1