As autoridades da Suíça e dos Estados Unidos investigam a participação de grandes bancos no escândalo de corrupção no futebol que inclui a Fifa. Em seu informe financeiro trimestral, o Credit Suisse admitiu que foi interrogado por investigadores de ambos os lados do Atlântico sobre seu envolvimento no caso. O banco garante que está "cooperando" com a investigação. Mas revela que o processo se refere a "várias instituições financeiras".
No total, os suíços já identificaram mais de 100 contas e transações suspeitas envolvendo dirigentes da Fifa. Elas envolveriam pelo menos 150 bancos diferentes e, no Reino Unido, algumas dessas instituições já estão sendo investigadas. A suspeita dos suíços é de que o Credit Suisse teria ajudado em práticas de lavagem de dinheiro.
"Com as investigações pelos Estados Unidos e Suíça sobre o envolvimento de instituições financeiras nas supostas propinas e corrupção na Fifa, o Credit Suisse recebeu pedidos dessas autoridades relacionadas às relações bancárias com certos indivíduos e entidades associados com a Fifa", indicou o banco. Segundo a instituição, os nomes questionados não seriam apenas aqueles relacionados ao caso dos dirigentes presos em maio de 2015, em Zurique.
Segundo os documentos do indiciamento dos cartolas nos Estados Unidos, entidades como o Banco do Brasil com sua sede no Paraguai, e o Itaú, nos EUA, também foram usados pelos dirigentes para suas transações. Em nota emitida à reportagem ainda em agosto, o Itaú Unibanco "esclarece que cumpre suas políticas de compliance e de prevenção à lavagem de dinheiro em todas as suas unidades". "Não compactuamos, facilitamos ou realizamos qualquer ação em descumprimento às leis e regulamentações. Cumprimos todas as exigências das regulamentações locais, monitoramos todas as transações e estamos atentos às movimentações em todas as nossas unidades", completou o banco.
Diário do Nordeste