O valor dos imóveis em Fortaleza acompanhará a inflação, sem alta real nos preços. Quem afirma é o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro. “Os preços subirão na média da inflação. É uma alta sob controle”, ratifica.
Ele explica que o mercado deve se acalmar, com equilíbrio entre oferta e demanda. E, ressalta, não há bolha. “Não existe isso de bolha imobiliária. Fortaleza vive um déficit habitacional de 120.000 unidades, os créditos oferecidos são exorbitantes. Bolha existia quando havia o refinanciamento do imóvel”, garante.
O POVO teve acesso com exclusividade à prévia do primeiro levantamento do Núcleo de Estatísticas da entidade. Os resultados mostram que o volume de vendas na Região Metropolitana de Fortaleza foi de R$ 2,7 bilhões em 2013, entre imóveis comerciais e residenciais. No ano, foram vendidas 5.834 unidades de 191 empreendimentos.
O estudo mostra que 50% das unidades lançadas no ano passado foram vendidas ainda em 2013. Apesar de não ter base para comparação, já que esta é a primeira edição do levantamento, Montenegro considera o resultado excelente. “São imóveis que ainda não estão prontos”, detalha, em referência à venda na planta.
Segundo dados da pesquisa, Papicu foi o bairro que obteve o maior número de vendas, seguido por Guararapes, Meireles, Cocó, Messejana, Aldeota, Parangaba, Dunas, Dias Macedo e Cambeba. Conforme Montenegro, grandes investimentos são responsáveis pelo desempenho do Papicu. “O Shopping RioMar, além do Evolution Central Park (18 torres que irão ocupar um terreno de 92 mil metros quadrados), deram uma revitalização na área, aportando melhorias nos quesitos saneamento, transporte e energia”, diz.
Já o Shopping Iguatemi, as avenidas e o Parque do Cocó, na visão do presidente do Sindicato, favorecem os bairros Guararapes e Cocó. Enquanto que os shoppings Parangaba e Jóquei impulsionaram as vendas na Parangaba. “Meireles e Aldeota sempre vão ser bairros que estarão em alta. Tudo o que se constrói nestas áreas é vendido com facilidade”.
Segundo Montenegro, o preço médio do metro quadrado de bairros considerados de classe média vale aproximadamente R$ 5.500. “Na área nobre, como a avenida Beira Mar, o metro quadrado se mantém em R$ 10 mil. Em alguns casos, chegam até R$ 11 mil”, revela.
Avaliação do Secovi
O bom desempenho do setor imobiliário em bairros como Messejana também é observado pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciais do Ceará (Secovi-CE). Segundo o presidente da entidade, Sérgio Porto, até 2005, os bairros de Fortaleza com mais unidades vendidas eram Aldeota, Meireles e Beira Mar.
Com a popularização dos financiamentos para aquisição de imóveis e o aumento da procura, essas áreas passaram a entrar na mira das construtoras. “A Messejana ainda tem muitos terrenos disponíveis, o que tem atraído os chamados ‘condomínios-clube’, que são prédios que oferecem infraestrutura e uma série de serviços que possibilitam que o morador não precise sair de casa para ir à academia, por exemplo”. Créditos ao blog O Povo.