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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Vereadores de Fortaleza fazem vaquinha para soltar ‘Aonde É’



Um grupo de vereadores de Fortaleza está se organizando para arrecadar o dinheiro necessário para a defesa do companheiro de plenário Antônio Farias de Sousa, mais conhecido como "Aonde É" (PTC), que está preso desde o dia 26 de setembro, após ter sido flagrando coagindo um de seus assessores para que ele repassasse o salário recebido pela Câmara Municipal.

Atualmente, "Aonde É" está detido na Delegacia de Capturas, onde aguarda o julgamento pelo crime de Concussão, por tentar se beneficiar financeiramente do cargo ao extorquir o servidor. Mesmo atrás das grades, o vereador parece não ter abandonado a hábito e agora estaria ameaçando colegas parlamentares para que os mesmos intervenham pela sua soltura junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. Caso contrário, ele passará a denunciar irregularidades em outros gabinetes da Câmara de Fortaleza. 

Pressionados, os vereadores estariam prestes a contratar o advogado responsável pela apelação no órgão superior, já que o desembargador Luiz Evaldo Gonçalves Leite, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ/CE), negou o pedido de habeas corpus para "Aonde É". 

DENÚNCIA FORMAL
O promotor da Procuradora de Crimes Contra a Administração Pública (Procap), Ricardo Rocha, deve apresentar a denúncia crime contra “Aonde É” já na próxima semana. No mesmo momento, o Ministério Público acionará a Câmara Municipal de Fortaleza, que até então não se pronunciou oficialmente sobre a prisão, para que o vereador seja processado por quebra de decoro parlamentar, o que poderá levar à cassação de seu mandato. 



Em entrevista ao Ceará News 7, o promotor esclareceu que outros vereadores também estão sendo investigados por suspeita de uso indevido de verbas de desempenho parlamentar. Segundo Ricardo Rocha, os inquéritos foram abertos ainda em 2009, quando houve a denúncia de um esquema de mensalão entre a Prefeitura de Fortaleza, sob o comando de Luizianne Lins, e vereadores da base aliada. Em troca do apoio, o Executivo beneficiaria financeiramente entidades ligadas aos membros do Legislativo. 

Com a auditoria das contas da Câmara foi identificada a inobservância legal sobre a aplicação do dinheiro público, que estaria sendo usado até no pagamento de funcionários fantasmas. Desde então, as gastos de todos os gabinetes passaram a ser inspecionados.