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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Homens presos ao 'blindar' carros para assaltos a banco em Caucaia

As chapas de aço eram soldadas nos veículos. O objetivo seria proteger os ocupantes em eventuais confrontos durante ações criminosas ( FOTO: NAH JEREISSATI )

A Polícia Civil investiga qual a ligação de cinco homens presos em um galpão localizado na Rodovia Raimundo Pessoa de Araújo, no bairro Taquara, município de Caucaia, com quadrilhas de roubo a bancos e a empresas de segurança e de transporte de valores no Estado. Os suspeitos foram apreendidos com uma pistola de calibre Ponto 40, munições, um soldador e cinco carros que estavam recebendo placas de aço na traseira para proteger a quadrilha em eventuais ataques a instituições financeiras. O material, de acordo com a Polícia, é capaz de suportar até tiros de fuzis.

Em coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem, o delegado adjunto da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Eduardo Tomé, divulgou as prisões dos cinco homens e apreensões, que aconteceram, na última sexta-feira (12).

A partir das primeiras prisões, a Polícia Civil pretende chegar à quadrilha que contratou o grupo para soldar as placas nos veículos. "Outros criminosos já foram identificados pelo Setor de Inteligência da Polícia Civil", disse Tomé. O delegado afirmou que as buscas aos demais envolvidos já estão em andamento pelas equipes da Especializada.

Tomé explicou que foi por meio de denúncias que a Polícia Civil, com o apoio operacional do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), cercou o galpão na sexta-feira. "No momento em que nós estávamos lá, foi visualizado um veículo Crossfox chegando com quatro homens no seu interior. O Gate foi tentar fazer a abordagem, houve uma tentativa de fuga, mas foram prontamente contidos pelos policiais", relatou o delegado adjunto da DRF.

A ação conjunta, envolvendo um total de 15 policiais, levou a prisão de Carlos Suderlan Dantas de Menezes, Tarcísio da Costa Pires, Leandro de Aquino Sousa e Vicente Leite Sobreira, que já tinham antecedentes criminais, além de Djair Moreira Alves, sem histórico criminal. Carlos já teve dois Termos Cincunstanciados de Ocorrência (TCOs) por uso de entorpecentes; Tarcísio respondeu por roubo qualificado; Leandro, por assalto; e Vicente, por associação criminosa e homicídio.

Os cinco suspeitos irão responder por associação criminosa armada e receptação. "A utilidade deles era preparar os veículos para os ataques a bancos", pontuou o major Daniel Lima.

Foragido

Vicente Leite Sobreira, que é foragido da Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) II, tentou ludibriar os policiais apresentando uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsa, com o nome de André Leite Sobreira. Além dos outros crimes, ele também responderá por uso de documento falso e por porte ilegal de arma de uso restrito, já que a pistola apreendida foi roubada de um policial militar no fim do ano passado. O histórico de Vicente faz a polícia acreditar que ele quem comandava o grupo.

Os carros apreendidos foram um Pajero Dakar, um Ecosport, um Renault Duster e uma van, todos resultados de roubos, e um Crossfox. No Pajero, único que já estava com a placa de aço soldada, o grupo colou um adesivo preto em todo o veículo para omitir a cor branca e dificultar a identificação pela polícia.

Os outros carros roubados estavam prontos para também receber a placa de aço, que seria colada por uma máquina soldadora utilizada em oficinas mecânicas. O delegado Eduardo Tomé informou que o uso da ferramenta para práticas criminosas é raro. "Essas chapas são confeccionadas para a proteção dos assaltantes. Prevendo um possível embate com agentes de segurança", concluiu.

Diário do Nordeste