Barbalha. Dois dos principais municípios da região do Cariri estão enfrentando sérios problemas na saúde pública. Profissionais médicos da cidade de Juazeiro do Norte se reuniram, nesta terça-feira (14), com representantes dos servidores públicos do município (Sisemjun) para traçarem estratégias a fim de encerrar a greve.
No entanto, o quadro mais crítico é o de Barbalha, com o setor paralisado há três meses. Ainda na manhã de ontem, um café da manhã, com direito a bolo e banda de música, marcou os 90 dias de greve. Médicos, enfermeiros, servidores de nível médio e técnico da cidade se uniram defronte à Secretaria Municipal de Saúde para protestarem contra as "péssimas condições de trabalho e baixos salários", conforme relatou Jaqueline Filgueira, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Barbalha (Sindmub).
A sindicalista alertou para os prejuízos da greve e a falta de diálogo por parte do gestor municipal, Zé Leite (PT). "A população mais carente é a mais afetada. Estamos operando na parte laboral com 50% do nosso quadro, o que representa mais de 110 médicos em total paralisação". Ela relata que o objetivo da manifestação é "manter vivo o movimento e tentar sensibilizar o prefeito que tem sido insensível com a causa".
Os grevistas justificam a paralisação, não só pela defasagem salarial, mas por acréscimo no quadro de profissionais que possam atender à grande demanda do município, além de requerem equipamentos de trabalho, reformas dos prédios que abrigam as unidades de saúde. Outra pauta bastante reivindicada é o incentivo repassado às categorias por meio do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade Básica (PMAQ-AB) que é realizado por meio de decreto.
Segurança
"Queremos que o valor seja repassado por meio de um projeto de lei. Decreto, o prefeito cumpre e descumpre quando quiser", acrescentou Jaqueline. Para amanhã (16), o Sindmub agendou uma assembleia para ser debatida a agenda de mobilização da semana seguinte. Já são três meses de greve com mais de 110 profissionais paralisados. Dos 17 enfermeiros, 15 aderiram à greve. Dos 17 dentistas, 14 estão paralisados. O movimento já atinge 22 postos de saúde, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS infantil), o Centro Materno Infantil e o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO).
O prefeito de Barbalha, Zé Leite, não foi localizado pela reportagem, assim como a secretária de Saúde, Desirée de Sá Barreto, para falar sobre assunto.
Ministério Público
O Ministério Público Federal (MPF) entregou, na semana passada, um plano de trabalho elaborado para execução na área da saúde aos gestores de Juazeiro do Norte.
A versão final do documento conta com 44 páginas. O plano é resultado de intervenção realizada pelo MPF no sistema de Saúde do Município.
André Costa
Colaborador
Vale em Destaque