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O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu nesta quinta-feira, 15, uma operação contra suposta organização criminosa responsável pela "venda da administração" do município de Itatiaia a 'investidores'. Durante a ofensiva, foram presos o candidato a deputado federal pelo União Brasil Clébio Lopes Pereira, conhecido como "Clébio Jacaré", e Silvano Rodrigues da Silva, o "Vaninho", vereador e ex-prefeito interino da cidade localizada na divisa entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, na Serra da Mantiqueira. Na casa de Clébio, que declarou ao Tribunal Superior Eleitoral possuir R$ 5,1 milhões em dinheiro vivo, os promotores apreenderam cerca de R$ 29 mil e US$ 3 mil.
Também foram alvos de ordens de prisão Fábio Alves Ramos, ex-chefe de gabinete do prefeito de Itatiaia, Julio Cesar da Silva Santiago, conhecido como "Julinho" e Édnei da Conceição Cordeiro, ex-secretária de Assistência Social e Direitos Humanos de Itatiaia. Além deles, foi preso em flagrante o suplente de vereador Geilson de Almeida, conhecido como 'Pipia'.
Segundo a Promotoria, o grupo sob suspeita é composto por "agentes públicos que receberam valores para delegar a gestão do Poder Executivo e se omitir nas fiscalizações inerentes ao Poder Legislativo, os quais foram pagos pelos comparsas que, em contrapartida, assumiram a condução de fato do município, focando no desvio de recursos públicos, inclusive a partir da nomeação de funcionários 'fantasmas' e fraudes em contratos e licitações, visando recuperar o 'investimento' realizado".
As diligências realizadas nesta manhã integram a terceira fase ostensiva das investigações da "Apanthropía". A operação ainda cumpre mandados de busca e apreensão contra outras dez pessoas acusadas de integrarem a organização criminosa sob suspeita. As ordens foram expedidas pela 1ª Vara Criminal Especializada em Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Rio.
A Promotoria fluminense denunciou 15 pessoas no bojo da investigação. Segundo a peça, formou-se uma "estrutura complexa, contando com células setorizadas e com atividades bem delineadas". Os investigadores dizem que o grupo é suspeito de cometer crimes de estelionato contra a administração pública, peculato, concussão, corrupção passiva, corrupção ativa, contratação direta ilegal, fraude em licitação ou contrato e lavagem de dinheiro.
Estadão Conteúdo