07/06/2021 - por Monólitos Post
Uma nova ação penal na justiça de Quixadá certamente surpreenderá a população em virtude da gravidade dos fatos relacionados ao desvio de dinheiro público. A ação foi originada de uma minuciosa investigação criminal realizada pela Procuradoria de Justiça dos Crimes Contra a Administração Pública – PROCAP, tendo como principal réu o ex-prefeito José Ilário Gonçalves Marques (PT). O processo conta ainda com mais onze réus, todos eles ligados a gestão petista do período 2017/2020, sendo um deles Milton Xavier Dias Neto, genro de Ilário. O processo já está tramitando na Vara Única Criminal da Comarca de Quixadá e a denúncia foi assinada pela Dra. Vanja Fontenele Pontes, Procuradora de Justiça e Coordenadora da PROCAP.
Este caso é o desdobramento da “Operação Fiel da Balança”, a mesma que levou ao afastamento do ex-prefeito em agosto de 2018. Nesta denúncia, ele responde por desvio de dinheiro público, corrupção, fraude em licitação, ocultação de bens e valores e por integrar organização criminosa. Em eventual condenação de Ilário Marques, a soma das penas pode variar, em tese, de 10 a 34 anos de cadeia em regime fechado, sendo este, por isso, considerado o mais grave processo contra um político na região do Sertão Central do Ceará.
O processo narra, com riqueza de detalhes, a maneira como a organização criminosa agia em Quixadá, o que pode indicar que tais fatos eram recorrentes em todas as gestões petistas ao longo dos anos na Terra dos Monólitos. Para se ter uma noção, somente a petição de denúncia conta com 286 páginas, sendo que os fatos são descritos com a indicação de provas robustas, consistentes em escutas telefônicas, mensagens de whatsapp, imagens via GPS, fotos, comprovantes de depósitos e provas da realização de várias reuniões da organização criminosa, dentre outros documentos verificados nos autos do processo.
Sobre quem comandava todo o esquema de corrupção e desvio de dinheiro público na Prefeitura Municipal, a denúncia é bastante objetiva: A procuradora deixa claro que o chefe do esquema investigado pelo Ministério Público é o ex-prefeito Ilário Marques. “A associação é comandada pelo prefeito de Quixadá/CE, José Ilário Gonçalves Marques”, revela o órgão. Com base numa investigação de 2017 a 2020 e utilizou vários mecanismos visando confirmar as práticas delituosas e desarticular o grupo criminoso, a denúncia é firme quanto àquele que chefiava o esquema ao longo dos anos, de acordo com o documento abaixo:
A ação revela que o esquema contava com a participação direta de servidores públicos e militantes políticos da confiança do ex-prefeito e de empresários conhecidos no Estado do Ceará, que atuavam de várias formas como, por exemplo, fraudando relatórios e fiscalizações e indicando contas bancárias para a lavagem do dinheiro, de acordo a atribuição de cada participante.
Ao fundamentar a denúncia contra Ilário, considerando possivelmente a semelhança entre os modos de operar, Dra. Vanja Fontenele Pontes chegou inclusive a fazer uma citação referente à LAVA JATO, conhecida como a maior operação de combate a corrupção na história do País, como se vê no trecho abaixo retirado da denúncia:
Os fatos revelados pelo Monólitos Post, mostram que quem comandava o município propagava para a população que agia com “zelo” na gestão da coisa pública, porém, na surdina, segundo o Ministério Público, chefiava uma organização criminosa com o intuito de tirar dinheiro da Saúde, Educação, Desenvolvimento Social, Infraestrutura, Cultura, Esporte, entre outras áreas, para enriquecer ilicitamente. A ação explica porque nos últimos quatro anos a população sofreu com a falta de remédio, ruas esburacadas, saneamento básico, geração de emprego e renda.
O Monólitos Post publicará mais detalhes dessa ação criminosa que causou graves prejuízos aos quixadaenses. Nesta terça-feira (08) você saberá onde eram realizadas as reuniões para combinar como seria a divisão da propina para os membros do grupo criminoso.